segunda-feira, 25 de abril de 2011

CHOCOLATE E OLHOS COR DE VIOLETA

Por José Farid Zaine

farid.cultura@uol.com.br

Twitter: @faridzaine

Facebook: Farid Zaine

Como prometi, por ocasião da morte de Liz Taylor, vou indicar alguns dos filmes de que mais gostei dessa que foi uma das maiores estrelas de Hollywood e um dos maiores símbolos do cinema em todos os tempos. A decantada beleza de Liz, sobretudo pelos olhos cor de violeta, únicos, será mantida para sempre, eternizada nos filmes que viraram DVDs e Blu–rays, e que estarão preservados em novas mídias que, certamente, surgirão. Elizabeth Taylor brilhou nas telas e ocupou, durante toda a sua vida, os noticiários do mundo inteiro. Sua vida amorosa rendeu matérias que acenderam a curiosidade dos fãs, e alimentaram, sempre, o fascínio do público pela atriz. Suas amizades mais íntimas também foram alvo de enorme publicidade. Manteve uma ligação afetiva com Rock Hudson desde que formaram par em um dos maiores filmes dela, “Giant”, no Brasil batizado como “Assim Caminha a Humanidade”. Rock era homossexual e escondeu sua condição para preservar a imagem de galã que os estúdios não permitiam que fosse arranhada. Quando ele morreu, vítima de AIDS, já havia tornado pública sua história, sempre com o apoio da amiga. Ela passou a ser uma guerreira na luta contra a AIDS, e nunca temeu o envolvimento total nas campanhas de prevenção e arrecadação de fundos. Outro amigo foi Michael Jackson, que nutria por ela uma espécie de veneração.

Liz Taylor era tão bela que seu rosto iluminava as telas, e seu talento ficava em segundo plano. Uma revisão de sua filmografia mostra a grande atriz que sempre foi, duas vezes premiada com o Oscar, a primeira delas com “Disque Buterfield 8”, de 1960, dirigido por Daniel Mann, em que representava uma garota de programa. O seu par nesse filme, Eddie Fischer, viria a ser o motivo de um dos mais rumorosos casos da atriz, que provocou o rompimento do casamento do ator com Debbie Reynolds, a mesma que esteve com Liz nos seus últimos momentos.

Um drama épico sobre a Guerra de Secessão nos Estados Unidos colocou Liz juntamente com seu parceiro Montgomery Clift. O filme foi “A Árvore da Vida” (Raintree County), superprodução de 1957, dirigida por Edward Dmytryk, em que ela aparece com suntuosos figurinos que realçavam ainda mais sua beleza. Com Clift fez a obra-prima “Um Lugar Ao Sol”, contundente drama em preto e branco baseado no Best-seller “An American Tragedy”, de 1951, dirigido por George Stevens. A parceria com o ator viria em outro filme magnífico, também em preto e branco, baseado numa peça de Tennessee Williams, “De Repente no Último Verão”, de 1959, dirigido por Joseph L. Mankiewicz, com a marcante presença de Katherine Hepburn. Esse é um dos meus favoritos absolutos, que eu recomendo enfaticamente. Ainda mencionando obras-primas em preto e branco, relembro “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf”, de 1966, dirigido por Mike Nichols, pelo qual ela ganhou seu segundo Oscar de melhor atriz. O filme é estonteante, e a interpretação da atriz, gorda e com os cabelos desgrenhados, arrebatou a crítica do mundo inteiro, além de promover o autor da peça em que se baseou o filme, Edward Albee. Aqui ela faz parceria com seu grande amor, o também extraordinário ator Richard Burton. Com ele ela faria um de seus filmes mais famosos, tanto pela grandiosidade da produção, quando pelas histórias que envolveram as filmagens. Trata-se de “Cleópatra”, pelo qual ela teve o maior salário pago a uma atriz até então, um milhão de dólares. Liz colou seu rosto à imagem de Cleópatra de tal forma, que quando se fala da rainha do Egito é impossível não fazer a ligação com ela, pelo menos por parte da geração que viu o filme nos cinemas. Burton, par de Liz em “Virgínia Woolf” e “Cleópatra”, fez também com ela o belíssimo “Adeus às Ilusões” (The Sandpiper), de 1965, dirigido por Vincente Minnelli, filme que celebrizou a música “The Shadow of your Smile”, vencedora do Oscar de Melhor Canção.

Outra peça de Tennessee Williams levou para as telas Elizabeth Taylor num dos momentos em que sua beleza e sensualidade atingiram o mais alto grau. Trata-se de “Gata em Teto de Zinco Quente”, de 1958, dirigido por Richard Brooks, um drama poderoso e corajoso sobre uma mulher bela e cobiçada, mas que era rejeitada pelo marido, vivido por Paul Newman, ele também no auge da beleza. A insinuação do homossexualismo da personagem de Newman, num tempo em que o cinema, principalmente o americano, tratava o tema de uma forma bastante discreta (os anos 1950), o filme incendiou as telas com seu tom provocativo e as espetaculares interpretações de Liz e Paul Newman.

Há ainda muitos outros filmes de Elizabeth Taylor para vermos e revermos sempre. Sugiro aos caros leitores e leitoras que escolham um desses mencionados para o domingo de Páscoa. Será mais do que delicioso repartir o tempo dos chocolates com o puro deleite que é ver o rosto de Liz nos filmes que fez, marcas eternas de uma beleza inigualável e de um talento que merece reverência e que será sempre um modelo a ser seguido por quem ama a arte de interpretar.

terça-feira, 19 de abril de 2011


ATENÇÃO PARA AS PRÓXIMAS ATRAÇÕES

José Farid Zaine

farid.cultura@uol.com.br

Twitter: @faridzaine

Facebook: faridzaine

Para quem curte as delícias de ir ao cinema, 2012 tem reservado ótimas estreias, e os próximos meses estão recheados de boas atrações. Que tal anotar na agenda lançamentos mais interessantes, para procurar uma sala exibidora e apreciar as qualidades de um filme antes que ele encolha para caber num DVD?

Bom, a melhor estreia de abril já foi: trata-se da animação “Rio”, que comentei por alto na edição passada, e que está em exibição na cidade, infelizmente sem a opção 3D. Precisei viajar para ver o filme de Carlos Saldanha no melhor formato, isto é, 3D, com som de primeira. Como admitir ver um filme maravilhoso como esse numa sala com projeção e som ruins, ainda mais se a cópia for dublada? Nem pensar.

Mas as próximas semanas serão marcadas por estreias importantes, e vale a pena anotar algumas delas (dados técnicos e datas obtidas no site Filme B):

Bróder (Brasil, 2009), de Jeferson De (Sony). Gênero: drama. Elenco: Caio Blat, Jonathan Haagensen, Silvio Guindane. Sinopse: A história de três amigos da periferia de São Paulo e suas diferentes escolhas de vida. Duração: 93 min.

Vi “Bróder” no Festival de Paulínia do ano passado. Apesar do tema surrado e do cenário batido em que se passa a ação, o filme se segura bem, graças ao elenco entrosado e ao roteiro bem costurado. Além dos amigos interpretados por Caio Blat, Jonathan Haagensen e Sílvio Guindale, as presenças fortes de Cássia Kiss e Ailton Graça ajudam

as coisas a não desandarem. Em Paulínia ganhou prêmios técnicos, como som, fotografia e direção de arte, mas em Gramado faturou todos os prêmios importantes, incluindo melhor filme, diretor e ator (Caio Blat). Estreia prometida para 21 de abril.

Água para elefantes (Water for Elephants, EUA, 2011), de Francis Lawrence (Fox). Gênero: drama. Elenco: Reese Witherspoon, Robert Pattinson, Christoph Waltz. Sinopse: Em uma casa de repouso, Jacob Jankowski, de 90 anos, recorda o que viveu em sua juventude. Durante a Depressão, ele trabalhou em um circo, onde viu a brutalidade com a qual as pessoas e os animais eram tratados e se apaixonou pela esposa de um treinador truculento.

O livro homônimo, no qual se baseia o filme, esgotou nas livrarias do Brasil, ficou várias semanas sendo muito procurado e agora retornou, em nova edição, num aproveitamento da proximidade da estreia do filme. Por enquanto é uma incógnita, mas os trailers mostram bela fotografia e boa direção de arte. O elenco é atraente: a loura premiada com o Oscar, Reese Witherspoon divide a cena com o atual queridinho das garotas, o vampirinho Robert Pattinson. Já a presença de Christoph Waltz, inesquecível como o nazista “caçador de judeus” de “Bastardos Inglórios”, pelo qual ganhou o Oscar de ator coadjuvante, é a maior esperança de qualidade. Previsão de estreia: dia 29 de abril.

Elvis & Madona (Brasil, 2010), de Marcelo Laffitte (Pipa Distribuidora). Gênero: Comédia romântica Elenco: Simone Spoladore, Igor Cotrim, Sérgio Bezerra, Part.Especial: Maite Proença, José Wilker. Sinopse: Em sua primeira entrega, a garota de apelido Elvis conhece Madona, um travesti que sonha em produzir um show de teatro de revista. Deste encontro inusitado , nasce uma divertida e moderna história de amor. Duração: 105 min.

O maior interesse para os limeirenses neste filme é o fato de que Luiz Biajoni, apresentador da TV Jornal, escreveu um livro baseado no roteiro do filme. O livro teve noite de autógrafos na Livraria Cultura, em São Paulo, na Av. Paulista, e eu fui, com prazer. Lá foi exib

ido o filme, que já conquistou plateias de vários festivais. Estamos preparando uma pré-estreia do filme no Teatro Vitória para maio, juntamente com noite de autógrafos do livro homônimo do Bia. O ator Igor Cotrim – intérprete do travesti Madona, que participou do reality show da Record, A Fazenda, deverá estar presente. A estreia nacional estava prevista para 6 de maio, mas provavelmente será transferida para 26 de maio, o que tornará a pré-estreia em Limeira mais interessante.

Para o início de junho, teremos “A árvore da vida” (The Tree of Life, EUA, 2009), de Terrence Malick (Imagem). Gênero: drama. Elenco: Brad Pitt, Sean Penn, Fiona Shaw. Sinopse: A vida de uma família com três filhos nos anos 1950. O filho mais velho testemunha o fim da inocência.

A julgar pela filmografia de Terrence Malick e pelo trailer, vem aí um g

rande filme. O título não tem nada a ver com o belíssimo épico estrelado por Elizabeth Taylor e Montgomery Clift em 1957, que se chamou “A Árvore da Vida” no Brasil, mas que tinha o título original de Raintree County.

Vimos aí, então, várias dicas para as próximas sem

anas. Vamos todos aos cinemas, mesmo aguentando longas filas e barulhentos devoradores de pipocas e refrigerantes. Vale a pena.

ATENÇÃO PARA AS PRÓXIMAS ATRAÇÕES


José Farid Zaine

farid.cultura@uol.com.br

Twitter: @faridzaine

Facebook: Farid Zaine


Para quem curte as delícias de ir ao cinema, 2012 tem reservado ótimas estreias, e os próximos meses estão recheados de boas atrações. Que tal anotar na agenda lançamentos mais interessantes, para procurar uma sala exibidora e apreciar as qualidades de um filme antes que ele encolha para caber num DVD?


Bom, a melhor estreia de abril já foi: trata-se da animação “Rio”, que comentei por alto na edição passada, e que está em exibição na cidade, infelizmente sem a opção 3D. Precisei viajar para ver o filme de Carlos Saldanha no melhor formato, isto é, 3D, com som de primeira. Como admitir ver um filme maravilhoso como esse numa sala com projeção e som ruins, ainda mais se a cópia for dublada? Nem pensar.


Mas as próximas semanas serão marcadas por estreias importantes, e vale a pena anotar algumas delas (dados técnicos e datas obtidas no site Filme B):


Bróder (Brasil, 2009), de Jeferson De (Sony). Gênero: drama. Elenco: Caio Blat, Jonathan Haagensen, Silvio Guindane. Sinopse: A história de três amigos da periferia de São Paulo e suas diferentes escolhas de vida. Duração: 93 min.


Vi “Bróder” no Festival de Paulínia do ano passado. Apesar do tema surrado e do cenário batido em que se passa a ação, o filme se segura bem, graças ao elenco entrosado e ao roteiro bem costurado. Além dos amigos interpretados por Caio Blat, Jonathan Haagensen e Sílvio Guindale, as presenças fortes de Cássia Kiss e Ailton Graça ajudam as coisas a não desandarem. Em Paulínia ganhou prêmios técnicos, como som, fotografia e direção de arte, mas em Gramado faturou todos os prêmios importantes, incluindo melhor filme, diretor e ator (Caio Blat). Estreia prometida para 21 de abril.


Água para elefantes (Water for Elephants, EUA, 2011), de Francis Lawrence (Fox). Gênero: drama. Elenco: Reese Witherspoon, Robert Pattinson, Christoph Waltz. Sinopse: Em uma casa de repouso, Jacob Jankowski, de 90 anos, recorda o que viveu em sua juventude. Durante a Depressão, ele trabalhou em um circo, onde viu a brutalidade com a qual as pessoas e os animais eram tratados e se apaixonou pela esposa de um treinador truculento.


O livro homônimo, no qual se baseia o filme, esgotou nas livrarias do Brasil, ficou várias semanas sendo muito procurado e agora retornou, em nova edição, num aproveitamento da proximidade da estreia do filme. Por enquanto é uma incógnita, mas os trailers mostram bela fotografia e boa direção de arte. O elenco é atraente: a loura premiada com o Oscar, Reese Witherspoon divide a cena com o atual queridinho das garotas, o vampirinho Robert Pattinson. Já a presença de Christoph Waltz, inesquecível como o nazista “caçador de judeus” de “Bastardos Inglórios”, pelo qual ganhou o Oscar de ator coadjuvante, é a maior esperança de qualidade. Previsão de estreia: dia 29 de abril.

Elvis & Madona (Brasil, 2010), de Marcelo Laffitte (Pipa Distribuidora). Gênero: Comédia romântica Elenco: Simone Spoladore, Igor Cotrim, Sérgio Bezerra, Part.Especial: Maite Proença, José Wilker. Sinopse: Em sua primeira entrega, a garota de apelido Elvis conhece Madona, um travesti que sonha em produzir um show de teatro de revista. Deste encontro inusitado , nasce uma divertida e moderna história de amor. Duração: 105 min.

O maior interesse para os limeirenses neste filme é o fato de que Luiz Biajoni, apresentador da TV Jornal, escreveu um livro baseado no roteiro do filme. O livro teve noite de autógrafos na Livraria Cultura, em São Paulo, na Av. Paulista, e eu fui, com prazer. Lá foi exibido o filme, que já conquistou plateias de vários festivais. Estamos preparando uma pré-estreia do filme no Teatro Vitória para maio, juntamente com noite de autógrafos do livro homônimo do Bia. O ator Igor Cotrim – intérprete do travesti Madona, que participou do reality show da Record, A Fazenda, deverá estar presente. A estreia nacional estava prevista para 6 de maio, mas provavelmente será transferida para 26 de maio, o que tornará a pré-estreia em Limeira mais interessante.


Para o início de junho, teremos “A árvore da vida” (The Tree of Life, EUA, 2009), de Terrence Malick (Imagem). Gênero: drama. Elenco: Brad Pitt, Sean Penn, Fiona Shaw. Sinopse: A vida de uma família com três filhos nos anos 1950. O filho mais velho testemunha o fim da inocência.


A julgar pela filmografia de Terrence Malick e pelo trailer, vem aí um grande filme. O título não tem nada a ver com o belíssimo épico estrelado por Elizabeth Taylor e Montgomery Clift em 1957, que se chamou “A Árvore da Vida” no Brasil, mas que tinha o título original de Raintree County.


Vimos aí, então, várias dicas para as próximas semanas. Vamos todos aos cinemas, mesmo aguentando longas filas e barulhentos devoradores de pipocas e refrigerantes. Vale a pena.

terça-feira, 12 de abril de 2011

OLHA A ONDA!


Por José Farid Zaine

farid@limeira.com.br

twitter: @faridzaine

facebook: Farid Zaine


Não, não se trata de um tsunami, mas da onda de filmes espíritas que estão chegando aos nossos cinemas, principalmente em decorrência do centenário de Chico Xavier. A surpresa já havia começado com uma “marolinha”, o paupérrimo “Bezerra de Menezes”, que acabou levando mais de 500 mil pessoas ao cinema. Depois veio um produto bem acabado, o melhor de todos, o filme dirigido por Daniel Filho, “Chico Xavier”, com produção impecável, ótima caracterização de Nelson Xavier e excelentes interpretações de Cristiane Torloni, Tony Ramos, Ângelo Antonio e Letícia Sabatella. Estrondoso sucesso de bilheteria que ficaria ecoando até a estreia espetacular de “Nosso Lar”, superprodução cheia de efeitos especiais, orçamento milionário e resultado pífio. O público, principalmente os simpatizantes do tema, gostou dos dois. Chega às telas agora o terceiro exemplar da trilogia, “As Mães de Chico Xavier”, mexendo numa praia que sempre rende lágrimas, a das mães que perdem seus filhos. Aqui veremos as sempre tocantes histórias de mulheres cujo sofrimento pela pior das perdas só é amenizado através de cartas psicografadas por Chico. Nelas os filhos mortos se comunicam com suas mães, seus familiares, contando detalhes da história de parentes, relatando fatos conhecidos apenas por quem teve com eles convivência íntima, de modo a deixar quem recebe essas cartas plenamente convencido da veracidade delas.

“As Mães de Chico Xavier” tem uma vantagem sólida sobre outro exemplar da onda, o chatíssimo “As Cartas Psicografadas de Chico Xavier”, que vi no festival de Paulínia, mas parece não ter agradado nem aos fanáticos do gênero. “As Mães” tem qualidades e defeitos de seus antecessores. Como qualidades destaco a interpretação de Via Negromonte, como a mãe que perde o filho mesmo antes dele morrer, por causa das drogas. A expressão de Via é realmente comovente. Outra mãe, Vanessa Gerbelli, fica perdida entre a apatia e o desespero, como se sua personagem estivesse permanentemente no limbo. Tayná Müller, jovem, bonita e convincente, é outro ponto positivo. Pesam muito sobre o conjunto do filme o ritmo arrastado, a produção pobre e a trilha sonora lacrimosa, sempre tentando induzir ao choro. Nelson Xavier está presente, novamente no papel de Chico, agora envelhecido e muito, muito parecido com o verdadeiro.

Lançado na semana passada, “As Mães de Chico Xavier” teve o maior público no país no seu final de semana de estreia (em renda, perdeu para o blockbuster “Fúria Sobre Rodas”). Era esperado. Vamos ver se mantém a performance nas próximas semanas. Está cada vez mais frequente a presença de filmes brasileiros entre as maiores bilheterias, e estamos vendo isso acontecer também com “Vips”, interpretado por Wagner Moura, e “Bruna Surfistinha”, com Deborah Secco.

Já que eu falei sobre “onda” espírita, vale ressaltar outro tipo de onda: a dos mares cariocas, presentes na paisagem que enfeita a animação “Rio”, do nosso Carlos Saldanha. A animação em 3D estreia neste fim de semana e já se anuncia como um grande sucesso. A história de Blu, uma ararinha azul, inteiramente ambientada no Rio de Janeiro, é um dos filmes mais aguardados da temporada. Saldanha, hoje um dos mais respeitados nomes no mundo da animação, um dos gêneros mais rentáveis do cinema, está sendo muito admirado e disputado, mas mirando seu próprio e milionário negócio.

Veremos “Rio” com a voz de Rodrigo Santoro, outro nome que já ficou bem conhecido em Hollywood, e agora recebe cada vez mais convites para filmar fora do país. O lançamento dessa animação coincide com o período em que existe o maior interesse de levar para o mundo uma imagem da cidade maravilhosa menos estereotipada e menos marcada por cenários de pobreza e violência. Certamente a beleza do filme, seu maravilhoso acabamento técnico, a trilha sonora a cardo de Sérgio Mendes, a história com toques ecológicos emocionantes serão incorporados ao imaginário de milhões de pessoas mundo afora, agora que os olhos do Planeta se voltam para o país que sediará a Copa de 2014 e a cidade das Olimpíadas de 2016.

Que a onda o leve, caro leitor, aos cinemas que estão exibindo “As Mães de Chico Xavier” e “Rio”. Tocado pela fascinante ideia da vida “no outro lado”, e ainda com possibilidades de comunicação com “o lado de cá”, perdoando os defeitos da produção, ou envolvido no mundo da ararinha Blu, você estará prestigiando o cinema brasileiro. Tanto o que é feito inteiramente aqui, quanto o que é feito lá fora, mas com talento que saiu daqui...