Por José Farid Zaine
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Ela faz a proeza de estar mais linda a cada filme, mesmo que queiram que a personagem pareça meio desleixada, desarrumada. Anne Hathaway é a estrela do momento, e sua presença é garantia de altas bilheterias. Ela está com tudo. E merece. É ótima atriz. Entrou em cartaz na semana passada, em todo o Brasil, o novo filme dela, “UM DIA” (One Day), um drama romântico conduzido com leveza por Lone Sherfig, a mesma diretora dinamarquesa do elegante “Educação”, que lançou ao sucesso a jovem atriz Carey Mulligan.
“Um Dia” não é propriamente original. A fórmula é a mesma de “Tudo Bem no Ano Que Vem” : um casal se encontra, por muitos anos, sempre na mesma data. Aqui o caso é uma noite de 15 de julho, após a formatura, em que os amigos, Emma e Dexter, ficam juntos. O ano é de 1988. Após esse primeiro encontro vamos ver o que está acontecendo na vida dos dois, todos os dias 15 de julho de vinte anos depois.
Dexter se transforma num apresentador de um programa de TV ruim, mas se estabelece financeiramente. Emma vira garçonete de um restaurante mexicano, enquanto acalenta o sonho de ser escritora. Os caminhos dos dois seguirão por trilhas diferentes, marcadas por derrotas, sofrimentos, vitórias, encontros e desencontros. Todos os anos eles se encontrarão, fisicamente ou não, a despeito de tudo o que acontece em suas vidas, como se uma força maior jamais deixasse que seus caminhos se cruzassem sempre.
“Um dia” tem momentos emocionantes, comoventes, sem ser piegas nem apelativo. Ás vezes é moroso, e o ritmo conferido pela diretora o deixa um pouco arrastado .Nada que prejudique o prazer de ver essa história de amor moderna, embalada por boa música e tecnicamente muito bem cuidada em todos os detalhes, principalmente na caracterização de cada ano, cujas diferenças são apropriadamente marcadas pelos figurinos, maquiagem e penteados. O filme tem o roteiro baseado no livro homônimo de David Nicholls.
Anne Hathaway, vivendo Emma, combinou bem com seu par, Jim Sturgess, o intérprete de Dexter. Sturgess, de carreira ascendente, que fez sucesso em “Across the Universe”, pode ser visto no último filme de Peter Weir, “Caminho da Liberdade”.
Dentre os coadjuvantes de “Um Dia”, todos bons, destaque para a excepcional Patricia Clarkson, como a mãe de Dexter. Ela dá um show e rouba a cena. Para quem não a conhece muito, seria bom ver o original, engraçado e inteligente “Tudo Pode Dar Certo”, de Woody Allen, onde ela está espetacular.
E para quem não se contenta com apenas “Um Dia”, e não pensa em ir ao cinema para esse encontro com Anne Hathaway, então o negócio é vasculhar as locadoras onde há muitos e bons filmes com ela. Ela é a mulher de Jake Gyllenhaal no magnífico “O Segredo de Brokeback Mountain”, mas não foi tão celebrada quanto Michelle Williams, que fazia a esposa de Ennis Del Mar, interpretação sublime de Heath Ledger. Com Jake, Anne voltou a fazer par, embora totalmente diferente, em “Amor e Outras Drogas”, onde os dois protagonizaram belas e tórridas cenas de sexo. E quem liga “O Diabo Veste Prada” apenas à diabólica e loura personagem de Meryl Streep, é bom revisitar esse filme e notar a moreninha, a própria Anne. Em “O Casamento de Rachel” ela brilhou totalmente e recebeu uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante.
Enfim, há muito mais de Anne Hathaway e vai muito além de “Um Dia”. Certamente um fim de semana inteiro com ela nos DVDs encherá a casa de graça, beleza, ousadia e sensualidade.
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