sexta-feira, 9 de março de 2012


DOBRADINHAS



Por José Farid Zaine

farid.cultura@uol.com.br

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Agora que temos uma Broadway brasileira, que é São Paulo, podemos nos dar ao luxo de ver grandes musicais no palco e também as versões deles para o cinema. Neste começo de ano é possível programar deliciosos passeios na Capital, escolher um dos espetáculos que estão em cartaz, e ainda conferir, nos DVDs, as versões para a tela grande.


Pertinho de nós, aqui em Paulínia, no Theatro Municipal, neste fim de semana acontecem apresentações de “Cabaret”, excelente oportunidade para ver uma montagem muito boa de um dos mais aclamados musicais da Broadway. Nossa estrela Cláudia Raia dá conta do recado ao encarnar a cantora decadente Sally Bowles, atração de um cabaré na Berlim que está vendo o nascimento do nazismo...A personagem foi imortalizada no filme de Bob Fosse, um dos melhores de todos os tempos, por Liza Minnelli. Ela ganhou o Oscar de melhor atriz, merecidíssimo, o filme ganhou 8 no total, incluindo um para Joel Grey, o fabuloso mestre de cerimônias. O filme tem cenas antológicas que já entraram para a história dos musicais. As músicas são extraordinárias, e um dos grandes momentos, tanto na tela grande quanto no palco é “Maybe this time”. Liza teve uma interpretação inigualável dessa música, e Cláudia até que segura bem na versão em português.


No caso de “A Família Addams”, que acabou de estrear no Teatro Abril, o musical chegou aos palcos inspirado nas histórias tão conhecidas da terrível família, que nos deu ótimos filmes, mas não musicais. Marisa Orth e Daniel Boaventura estão no elenco. Então é possível curtir os filmes já lançados, reviver a fantástica Anjelica Huston e matar a saudade de Raul Julia, além de curtir as peripécias dessa turma impagável num espetáculo cheio de surpresas e sofisticados efeitos especiais. Bom, para ver “A Família Addams”, o musical, no cinema, vai demorar um pouco...e ainda resta esperar como será a versão a ser dirigida por Tim Burton!


Nesta semana, também, outro musical aterrissa no palco do Teatro Alfa em pre-estreias. Trata-se do consagrado “Um Violinista no Telhado”, que fez sucesso no Rio e agora chega a São Paulo, embalado pela grande audiência de Fina Estampa, já que José Mayer, que está na novela, é o astro do musical, razão do visual dele no folhetim das 9. Da Broadway, “Um Violinista no Telhado” foi para o cinema pelas mãos de Norman Jewison que, entre outras coisas, dirigiu outro enorme sucesso, a ópera-rock “Jesus Cristo Superstar”. No filme “Um Violinista no Telhado” (Fiddler on the Roof), facilmente encontrado em DVD e Blu-Ray, o intérprete é o ator Topol. Está aí uma ótima chance para curtir uma dobradinha das melhores.


Outro espetáculo que estreará na próxima semana é “Priscilla, a Rainha do Deserto”, no Teatro Bradesco. Muito interessante será ver a versão do musical em DVD do filme de Stephan Elliot, com nada mais, nada menos que Terence Stamp, Hugo Weaving e Guy Pearce no elento. Os grandes hits “It´s raining Men” e “ I will survive” já garantem a trilha Sonora. “Priscilla” ganhou o Oscar de melhor figurino em 1994, e a versão para os palcos paulistas promete qualidade artística e glamour, temperos cada vez mais frequentes nas nossas produções.


Outra oportunidade de sensacional dobradinha – palco e dvd – é o musical “Hair”, em cartaz até fim de abril no Teatro Frei Caneca, em São Paulo. Trazido pelos “papas” dos musicais no país, os diretores e produtores Charles Möeller e Cláudio Botelho, a peça tem encantado o público, tanto o mais velho que curtiu o surgimento de Woodstock nos anos 60, quanto os jovens que se encantam com a história que não envelheceu, bem como as canções. No DVD está a possibilidade de ver e rever a versão dirigida por Milos Forman, o grande diretor tcheco que fez grandes filmes nos Estados Unidos, incluindo “Amadeus”, vencedor de 8 Oscar. Tanto o “Hair” de Milos Forman quanto esse que alegra o palco do Frei Caneca, são ótimas opções de um divertimento de alta qualidade, com as músicas que marcaram gerações e permanecem com seu poder de envolvimento. Não há quem não cante junto a linda “Aquarius”, nem se emocione até as lágrimas quando o afinado elenco repete “Let the Sunshine in”, convidando as pessoas a subirem ao palco.


Grandes musicais chegam ao País, e vemos com orgulho nossos atores e atrizes, cantores e cantoras, bailarinos e bailarinas revelando que já estamos entre os melhores do mundo. Então a dobradinha é a seguinte: a gente vê o que o cinema fez com esses musicais e vamos ao teatro para, ao vivo, aplaudirmos o talento de uma nova geração de artistas que encantam o Brasil.

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