sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

AS DEZ MARAVILHAS DE 2012 – PARTE II



Por José Farid Zaine
Twitter: @faridzaine
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6 - A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
Também detentor de 5 Oscar, coincidentemente no ano de “O Artista”, Martin Scorsese faz a sua homenagem ao cinema com essa saborosa história sobre um dos pioneiros da indústria cinematográfica, Georges Mèliés, o criador de “Viagem à Lua”, de 1902! Utilizando-se com maestria da tecnologia 3D, Scorsese construiu um dos mais brilhantes filmes do ano e um de seus melhores trabalhos, o que significa muito diante da filmografia excepcional assinada por ele. Um filme para ver e rever muitas vezes, tanto pela bela história quanto pelas suas qualidades técnicas extraordinárias.

7- O IMPOSSÍVEL
“Inacreditável” foi uma expressão muito usada para qualificar histórias levadas à tela no ano que passou. A realidade, muitas vezes, foi mais espantosa do que qualquer ficção. Um dos exemplos é “O Impossível”, o comovente drama de uma família que se salva do tsunami no sudeste asiático no natal de 2004. Naomi Watts e Ewan MacGregor, em grandes interpretações, dão vida ao casal que vai, com os três filhos pequenos, passar férias num resort na Tailândia, quando são surpreendidos por um dos mais trágicos desastres naturais da história, o tsunami que arrasou uma região inteira e ceifou dezenas de milhares de vidas. O filme é tenso, dramático e tecnicamente perfeito, sem  que o diretor tenha se deixado levar pela tentação de fazer um filme-catástrofe. As magníficas cenas da invasão do resort pela onda gigantesca são usadas na medida certa e com impactante realismo.

8- INTOCÁVEIS



Em agosto chegou ao Brasil o maior êxito comercial francês dos últimos tempos, que levou mais de 20 milhões de pessoas ao cinema, transformando-se na segunda maior bilheteria daquele país. Trata-se de “INTOCÁVEIS” (Intouchables), baseado na história real de um ricaço autoritário que sofre um acidente e fica tetraplégico e sua inusitada relação com um negro senegalês que, sem qualquer preparo, é contratado para cuidar dele. A dupla é vivida com muita propriedade por François Cluzet, o branco rico, e Omar Sy, o imigrante senegalês negro. Um tanto previsível, o filme ganha pela simpatia dos atores e pelas situações que decorrem do aprendizado que dois homens completamente diferentes, acabam tendo um com o outro. Ótimo programa para uma sessão doméstica, uma vez que já está disponível em DVD e Blu-Ray.

9- SKYFALL
O mais novo filme de James Bond, o 23º , “007 – Operação Skyfall”, estreou no Brasil em outubro e é um dos melhores, e isso se deve muito à direção de Sam Mendes, premiado com o Oscar de melhor diretor por “Beleza Americana”. Em “Skyfall”, M., interpretada pela sempre maravilhosa Judi Dench, é o centro das atenções, por causa de decisões suas que teriam desencadeado sérios problemas à segurança britânica e à própria instituição, o MI6. Fala-se, então, de morte e envelhecimento, da perda da juventude, dos problemas que a idade acaba trazendo ao desempenho físico. Então nem mesmo James Bond é imortal? Sam Mendes trata a questão com muita propriedade, conduzindo um quarteto bem afinado de intérpretes: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem (sensacional)  e Ralph Fiennes. A música de abertura, cantada por Adele, já é forte candidata ao Oscar de melhor canção. Seria um belo presente pelos 50 anos de “O Satânico Dr.No”, que começou em 1962 uma das mais bem-sucedidas séries cinematográficas de todos os tempos.

10- NO



“NO”, o  filme de Pablo Larraín que representa o Chile no Oscar, e que já figura entre os 9 pré-selecionados, estreou no dia 28 de dezembro, a tempo de ser incluído entre os melhores do ano! Estrelado por Gael Garcia Bernal, “No” revela, de forma clara e contundente, os bastidores da Campanha eleitoral para o Plebiscito realizado no Chile em 1988, em que a população deveria dizer “Sim” para a possibilidade de permanência do ditador Pinochet no poder por mais oito anos, ou “Não”, acabando com uma das piores ditaduras na América do Sul. Gael Garcia Bernal encarna com eficiência o publicitário René Saavedra, um dos responsáveis pela campanha do “Não”, cujo resultado mudou a história do Chile. O filme é magnífico, e chega no momento em que o cinema da América do Sul fica engrandecido com uma obra como esta e outros exemplares do cinema da Argentina e do Brasil. Só não incluo nosso “O Som ao Redor”, ótimo filme do pernambucano Kleber Mendonça Filho entre os grandes do ano, porque foi lançado em 4 de janeiro de 2013. Mas no ano que vem já tem vaga garantida!

Há outros ótimos filmes que poderiam entrar na lista... e, com a proximidade do Oscar, muitas estreias aguardadas ficam para janeiro e fevereiro. Alguns deles, com certeza, figurarão na lista do ano que vem. Até lá, tracemos para nossas vidas o melhor roteiro possível.

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