Por José Farid Zaine
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“Mama”,que estreia hoje no Brasil,
tem um nome usado como chamariz, que é o de Guillermo Del Toro, mas ele não é o
diretor, é apenas produtor. O diretor é um de seus discípulos, Andrés
Muschietti. Del Toro passou a ser uma marca respeitada desde o lançamento de “Labirinto
do Fauno”, que ganhou 3 Oscars (teve seis indicações), e que usa o recurso do
fantástico para explicar a dura realidade que cerca as personagens. “Mama”
parecia querer beber na mesma fonte, mas tomou outra direção, a dos remakes de filmes
japoneses de terror que fizeram muito sucesso no mundo todo, como “O Chamado”.
Em “Mama” temos a presença
importante de Jessica Chastain, uma das atrizes mais requisitadas da atualidade
e que está num dos melhores filmes de 2012, “A Hora Mais Escura”,pelo qual foi
indicada ao Oscar. Recentemente ela também foi indicada para melhor atriz
coadjuvante por “Histórias Cruzadas” (The Help), depois de ter sido muito
elogiada por sua atuação no belíssimo “A Árvore da Vida”(The Tree of Life), de
Terrence Malick, de 2011. Ela está no
magnífico “O Abrigo” (Take Shelter), de Jeff Nichols, também de 2011. Todos merecem ser vistos para que se
confirme a versatilidade da atriz.
Em “Mama” Jessica Chastain está morena e de cabelos curtos, muito bonita
como uma roqueira que mora com o namorado e que celebra por não estar
grávida...uma tragédia envolvendo o irmão gêmeo de seu companheiro, coloca-a
diante de um desafio surpreendente, o de cuidar de duas meninas que ficaram
isoladas num casebre em uma floresta por 5 anos. Ao cuidar das crianças, ao
mesmo tempo em que um psicólogo pesquisa a história de uma entidade mencionada
pelas meninas, ela desenvolve o instinto maternal e passa a protegê-las,
causando ciúme na tal entidade, a quem as crianças chamam de “Mama”e que, a seu
modo, as teria protegido e alimentado no tempo em que permaneceram na floresta.
“Mama” tem um início dramático e
perturbador, causa alguns sustos, tem um clima permanente de terror, mas abusa
dos clichês. Poderia ser um grande filme do gênero, mas perdeu muito ao se
igualar a outros exemplares do mesmo tipo, ao invés de fugir deles, rumo a um
desenrolar que poderia ser muito mais criativo.
JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO
A clássica história infantil “João e
o Pé de Feijão” chegou ao cinema pelas mãos de um diretor que não brinca em
serviço, o ótimo Bryan Singer, que nos deu um filme premiado e aclamado em
1995, “Os Suspeitos”, e depois conduziu com classe os blockbusters “X Men” e “X
Men 2”. A sua experiência anterior foi fundamental para que “Jack, o Caçador de
Gigantes” não se transformasse numa aventura infantiloide e ridícula, como é o
caso recente de “Oz – Mágico e Poderoso”, um fiasco apenas artístico, porque já
arrecadou milhões de dólares nas bilheterias.
“Jack”, que estreou na semana
passada no País, agrada pelo seu visual
caprichado, pelos abundantes e competentes efeitos especiais, pelos toques de
poesia e encantamento que as fábulas merecem, pelo humor delicado e pela
originalidade de seus monstros, tão divertidos quanto cruéis. Um ótimo
passatempo.
Se alguém estiver em dúvida entre
abrir o tenebroso armário de “Mama” e topar com seus fantasmas, e viajar para
uma terra de gigantes famintos a bordo de um veloz pé de feijão, ajudando Jack
a salvar a Princesa, recomendo que vejam os dois: afinal, merecemos emoções diferentes,
e é certeza de que nem “Mama” e nem “Jack” pararam por aí.
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