Por José Farid Zaine
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Superman agora é bastante humano, está sempre angustiado
pela incompreensão de quem realmente é, de onde veio e qual é sua missão
verdadeira. Sua humanidade, contudo, que não exclui os ilimitados poderes, vem
com algo de divindade: ele tem trinta e três anos e morrerá, se for preciso,
para salvar o mundo. A semelhança com a história mais contada de todos os
tempos, não é mera coincidência, embora seja explicitada por um ou outro
detalhe que não podem passar desapercebidos.
“ O Homem de Aço” (Man of Steel),
que estreia nesta sexta em todo o Brasil após muitas pré-estreias, finalmente
traz uma nova face que o público recebe e aceita bem, deixando ficar no passado
a imagem de Christopher Reeve, a mais perfeita encarnação do super-herói . O
drama pessoal de Reeve, que comoveu o mundo, só aumentou o carinho dos fãs pela
imagem que ele fixou nas telas, já que sempre houve uma inevitável comparação
entre a personagem –praticamente indestrutível - com o ator exibindo ao mundo
sua fragilidade, numa cadeira de rodas, após um acidente que o deixaria
tetraplégico e o levaria à morte, após longa e dolorosa luta.
Christopher Nolan, que imprimiu uma personalíssima visão
para Batman em uma trilogia , principalmente em “O Cavaleiro das Trevas”, está
presente em “O Homem de Aço” como produtor e roteirista, ao lado de David S.
Goyer. É bem visível a participação de Nolan. Já a direção foi delegada para
Zack Snyder, sobretudo por seu conhecido talento para filmar lutas. O visual é
arrebatador e o filme atende às exigências das plateias contemporâneas,
principalmente aquelas formadas pelo público mais jovem, que também prefere
ação vertiginosa e barulhenta. E muito barulho é o que não falta nesta aventura, totalmente em sintonia com a nova
geração para contar o início de uma história consumida desde 1938, quando foi
publicada em quadrinhos pela primeira vez.
Como divertimento bem acabado, “O
Homem de Aço” cumpre plenamente sua função. A escolha de Henry Cavill, ator
inglês pouco conhecido até agora, embora tenha feito vários filmes, resultou perfeita. Ele tem o tipo físico
totalmente apropriado para ficar inteiramente à vontade tanto para
interpretar o repórter Clark Kent e seus
óculos de aros escuros como para vestir a capa vermelha e o uniforme azul de
Kal-El, o Superman, pela primeira vez
sem a sunga por cima. O elenco é ótimo, com um time secundário que é um
verdadeiro luxo: Diane Lane e Kevin Costner são os pais adotivos de Clark e Russel Crowe é Jor-El, o pai kryptoniano. Na linha de frente, juntamente com Cavill,
temos Amy Adams como Lois Lane e o
excelente Michael Shannon como o General Zod.
A música de Hans Zimmer é
brilhante, como sempre, e o conhecidíssimo tema do Superman, de John Williams, ficou para trás. Os efeitos sonoros e a edição
de som são excelentes, embora às vezes o filme fique com certa overdose de
barulho. Os efeitos visuais, por sua vez, sempre espetaculares, não raro nos
remetem às pirotecnias tipo
“Transformers”, e isso é um ponto fraco da produção.
Com menos malabarismos e
explosões está em cartaz outro blockbuster, em que a humanidade também precisa
ser salva , só pra variar. No caso, de multidões de zumbis criadas por um
vírus. Os mortos-vivos são velozes e querem infectar cada vez mais pessoas. As
cenas em que se amontoam como formigas para pular os muros que protegem
Jerusalém são fantásticas. O salvador do mundo, nessa sombria ficção, que
também anda pelas ruas de Jerusalém, é nada mais nada menos que Brad Pitt. O
filme em questão é “Guerra Mundial Z”, dirigido por Marc Forster ( o mesmo de
“O Caçador de Pipas” e “Quantum of Solace”), muito bom porque as soluções
apresentadas para acabar com a praga dos zumbis são biologicamente aceitáveis.
Como se vê, é um pré-requisito
fundamental que o salvador do mundo seja forte e, antes de tudo, bonitão, seja
ele um alienígena vindo de Krypton ou um terráqueo corajoso. Os produtores
precisam, desde que o cinema foi criado, testar o poder de sedução de suas
estrelas.
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