sexta-feira, 12 de julho de 2013

SÓ OS BONITÕES PODEM SALVAR O MUNDO


Por José Farid Zaine
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Superman agora é bastante humano, está sempre angustiado pela incompreensão de quem realmente é, de onde veio e qual é sua missão verdadeira. Sua humanidade, contudo, que não exclui os ilimitados poderes, vem com algo de divindade: ele tem trinta e três anos e morrerá, se for preciso, para salvar o mundo. A semelhança com a história mais contada de todos os tempos, não é mera coincidência, embora seja explicitada por um ou outro detalhe que não podem passar desapercebidos.



“ O Homem de Aço” (Man of Steel), que estreia nesta sexta em todo o Brasil após muitas pré-estreias, finalmente traz uma nova face que o público recebe e aceita bem, deixando ficar no passado a imagem de Christopher Reeve, a mais perfeita encarnação do super-herói . O drama pessoal de Reeve, que comoveu o mundo, só aumentou o carinho dos fãs pela imagem que ele fixou nas telas, já que sempre houve uma inevitável comparação entre a personagem –praticamente indestrutível - com o ator exibindo ao mundo sua fragilidade, numa cadeira de rodas, após um acidente que o deixaria tetraplégico e o levaria à morte, após longa e dolorosa luta.
Christopher  Nolan, que imprimiu uma personalíssima visão para Batman em uma trilogia , principalmente em “O Cavaleiro das Trevas”, está presente em “O Homem de Aço” como produtor e roteirista, ao lado de David S. Goyer. É bem visível a participação de Nolan. Já a direção foi delegada para Zack Snyder, sobretudo por seu conhecido talento para filmar lutas. O visual é arrebatador e o filme atende às exigências das plateias contemporâneas, principalmente aquelas formadas pelo público mais jovem, que também prefere ação vertiginosa e barulhenta. E muito barulho é o que não falta nesta  aventura, totalmente em sintonia com a nova geração para contar o início de uma história consumida desde 1938, quando foi publicada em quadrinhos pela primeira vez.
Como divertimento bem acabado, “O Homem de Aço” cumpre plenamente sua função. A escolha de Henry Cavill, ator inglês pouco conhecido até agora, embora tenha feito vários filmes,  resultou perfeita. Ele tem o tipo físico totalmente apropriado para ficar inteiramente à vontade tanto para interpretar  o repórter Clark Kent e seus óculos de aros escuros como para vestir a capa vermelha e o uniforme azul de Kal-El, o  Superman, pela primeira vez sem a sunga por cima. O elenco é ótimo, com um time secundário que é um verdadeiro luxo: Diane Lane e Kevin Costner são os pais adotivos  de Clark  e Russel Crowe é Jor-El, o pai kryptoniano.  Na linha de frente, juntamente com Cavill, temos Amy Adams como Lois Lane  e o excelente Michael Shannon como o General Zod.



A música de Hans Zimmer é brilhante, como sempre, e o conhecidíssimo tema do Superman, de John Williams,  ficou para trás. Os efeitos sonoros e a edição de som são excelentes, embora às vezes o filme fique com certa overdose de barulho. Os efeitos visuais, por sua vez, sempre espetaculares, não raro nos remetem às pirotecnias  tipo “Transformers”, e isso é um ponto fraco da produção.
Com menos malabarismos e explosões está em cartaz outro blockbuster, em que a humanidade também precisa ser salva , só pra variar. No caso, de multidões de zumbis criadas por um vírus. Os mortos-vivos são velozes e querem infectar cada vez mais pessoas. As cenas em que se amontoam como formigas para pular os muros que protegem Jerusalém são fantásticas. O salvador do mundo, nessa sombria ficção, que também anda pelas ruas de Jerusalém, é nada mais nada menos que Brad Pitt. O filme em questão é “Guerra Mundial Z”, dirigido por Marc Forster ( o mesmo de “O Caçador de Pipas” e “Quantum of Solace”), muito bom porque as soluções apresentadas para acabar com a praga dos zumbis são biologicamente aceitáveis.

Como se vê, é um pré-requisito fundamental que o salvador do mundo seja forte e, antes de tudo, bonitão, seja ele um alienígena vindo de Krypton ou um terráqueo corajoso. Os produtores precisam, desde que o cinema foi criado, testar o poder de sedução de suas estrelas. 

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