Por José Farid Zaine
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Chico Buarque está apaixonado! Sorte nossa: o momento dele faz nascer a costumeira poesia nas letras de suas músicas...seu novo CD traz provas incontestáveis disso. Ele confessa: “meu tempo é curto, o tempo dela sobra. Me cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora”...a música é “Essa Pequena”, em que ele canta o amor de um homem mais velho por uma mulher bem mais nova. Diz que não sabe quanto vai durar “essa novela”, mas está pronto para curtir “cada segundo que se esvai”...É lindo! É Chico, mais uma vez, inundando a MPB com seus versos que celebram o amor, em qualquer momento da vida. Ele já foi responsável por tantas canções de amor antológicas que, para fazer justiça à sua obra, não dá para citar pouca coisa. Lembro-me então de uma das minhas favoritas, “As Vitrines”, a que tem uma das mais lindas letras já escritas em toda a história da música popular brasileira, e termina com o amante apaixonado, que pode apenas, de longe, ver passar o seu amor, sem ser notado: “passas em exposição, passas sem ver teu vigia, catando a poesia que entornas no chão”...bonito demais.
O que tem a ver as canções de amor de Chico Buarque com o CineArt desta semana? Explico: eu estava conferindo a programação da Secretaria da Cultura para os próximos dias, recheada de atrações de todos os tipos, com um destaque para o cinema brasileiro: nos dias 1º e 2 de agosto, segunda e terça próximas, ao lado do Gigantão, lá na Cecap, será apresentado ao público o projeto “Energia em Cena”, patrocinado pela Elektro, com filmes brasileiros de graça para o público, os grandes sucessos “Se eu Fosse Você 1 e
Eis aí a minha recomendação da semana: ver ou rever “As Pontes de Madison”, em DVD ou Blu-Ray, e depois ir conferir a peça no Teatro Vitória. Ninguém pense que ver o filme antes estraga o prazer de ver a peça. Eu mesmo havia visto pelo menos três vezes o filme, e assisti com enorme prazer à montagem teatral com Marcos Caruso e Jussara Freire. O casal que estará em Limeira é composto por Flávio Galvão e Mayara Magri, igualmente ótimo.
A história revela um caso de amor entre Francesca Johnson (Meryl Streep), uma dona de casa, e um fotógrafo da National Geografic (Clint Eastwood). A pacata vida de Francesca será sacudida por um amor profundo e por um intenso relacionamento de apenas alguns dias entre os dois, durante uma viagem da família. A revelação do affair virá apenas depois da morte dela, através de cartas deixadas aos filhos.
“The Bridges of Madison County” é o título original deste romântico filme de 1995, que deu outra indicação ao Oscar à sempre magnífica Meryl. O par com Eastwood resulta perfeito, e é impossível não se emocionar.
E Zorba? Bem, nesta semana que passou, marcada pela avalanche de notícias sobre a morte precoce de Amy Winehouse, o cinema perdeu também o diretor grego Michael Cacoyannis, criador de um dos mais belos filmes de todos os tempos, e que projetou o cinema da Grécia por todo o mundo. Trata-se de “Zorba, o Grego”, obra-prima de 1964 filmada em preto e branco, aliás com uma fotografia esplêndida, estrelada por Anthony Quinn no melhor momento de sua carreira. É sempre um grande prazer rever “Zorba”, com a antológica trilha sonora que também fez enorme sucesso. No elenco, Alan Bates brilha ao lado das excepcionais atrizes Irene Papas e Lila Kédrova, esta vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante. Cacoyannis morreu na segunda-feira, dia 25, em Atenas, aos 89 anos. Rever “Zorba, o Grego”, em sua homenagem, é também um excelente programa. Então, estamos combinados: fim de semana com sessões domésticas de “As Pontes de Madison” e “Zorba, o Grego”, segunda e terça cinema de graça com sucessos do cinema brasileiro no Gigantão, e dia 4, todos ao teatro Vitória, quando a adaptação de “As Pontes de Madison” chegará ao nosso palco principal...e enquanto tudo isso acontece, que a trilha sonora da semana seja o novo CD de Chico Buarque de Hollanda, com a prova de que a melhor receita para se viver bem , é nunca deixar de amar!