segunda-feira, 4 de março de 2013

OSCAR 2013: PRESTANDO CONTAS




Por José Farid Zaine
Twitter: @faridzaine
Facebook: Farid Zaine
Acesse:  www.faridzaine.com

Alguns amigos leitores, depois do resultado do Oscar 2013, que aconteceu no domingo passado, pediram-me, em tom de brincadeira, que falasse algumas dezenas para que eles jogassem na Mega-Sena, já que eu tinha acertado a quase totalidade de minhas previsões, publicadas no Cineart da semana passada, dois dias antes do anúncio dos premiados pela Academia...Mas, diferentemente do que alguns possam imaginar, dar palpites sobre o Oscar nada tem a ver com chute, com sorte...Minhas opiniões são baseadas na análise dos filmes que vejo durante o ano todo, e numa maratona que começa em novembro, meses antes do anúncio dos indicados! Uma tarefa extremamente prazerosa, principalmente num ano de tantos filmes bons.
Muita coisa do que eu disse antes foi confirmada na noite do Oscar e comentada depois . Na Folha de São Paulo da terça-feira, 26 de fevereiro, por exemplo, o título da matéria de Inácio Araujo, grande crítico de cinema, era “Oscar Para Todos”, em que ele menciona uma premiação “pulverizada”... Pois bem, na minha matéria sobre os prognósticos finais a respeito das premiações deste ano, eu disse aqui no Cineart:
Penso que, desta vez, o Oscar vai ser pulverizado, isto é,
nenhum filme vai levar muitas estatuetas, talvez o mais premiado saia
com 4 Oscars apenas.
E foi o que aconteceu, assim como observado por Inácio Araújo: O Oscar foi realmente pulverizado, bem dividido entre muitos filmes, sendo que o mais premiado, “As Aventuras de Pi”, levou exatamente 4 estatuetas!
Coisas que eu gostei muito de acertar:
Direção de arte para “Lincoln”: enquanto a maioria dos críticos e sites especializados davam “Anna Karenina” como imbatível nesta categoria, e os que discordavam apostavam em “As Aventuras de Pi”, eu escolhi “Lincoln” pela limpeza do seu desenho de produção, pela recriação de época traduzida em espaços e móveis inseridos de forma perfeita.
A premiação de ARGO eu dei como certa para melhor filme, e considerei que a obra do esnobado diretor Ben Affleck levaria também os Oscars de Montagem, Roteiro Adaptado (o favorito era Lincoln) e som. Só dei a mais o prêmio de Som, que ficou no empate entre “Skyfall” e “A Hora Mais Escura”, boas escolhas. Quem ainda não viu Argo, não pode perder tempo. Aliás, o filme do ano  já foi lançado em DVD e Blu-Ray.
Sobre “Os Miseráveis”, o arrebatador musical concebido para o Teatro nos anos 1980 tendo como base a obra-prima de Victor Hugo, acertei que venceria em três das 8 categorias para as quais foi indicado: Atriz Coadjuvante (Anne Hathaway), Mixagem de Som e Maquiagem. O Oscar de Mixagem de Som confirmou o difícil trabalho de conciliar a orquestração com as vozes dos atores e atrizes, captadas na hora da gravação da cena, sendo que o natural seria que fossem gravadas no estúdio e dubladas pelos atores. Deu certo.
Dentre as 8 indicações para “O Lado Bom da Vida” (Silver Linings Playbook), ficou mesmo um único Oscar, o de Melhor Atriz para Jennifer Lawrence.
Sobre “Indomável Sonhadora “ (Beasts of The Southern Wild), eu disse:  O filme é todo da sua pequena protagonista, a incrível Quvenzhané Wallis, é muito original, tem uma belíssima trilha sonora (não indicada) mas suas 4 indicações serão sua única recompensa. Como vimos, o filme não levou nenhum prêmio.
Previ que “As Aventuras de Pi” (Life of Pi), que teve 11 indicações, ganharia nas categorias de Fotografia, Efeitos Visuais e Trilha Sonora... o filme ganhou esses três Oscars e ainda levou o de direção para Ang Lee, o grande diretor já premiado por “O Segredo de Brokeback Mountain”. Acho que, neste caso, o prêmio deveria ir para Steven Spielberg, pela brilhante direção de Lincoln, que envolveu dar vida a um roteiro monumental e extrair o melhor de um elenco fabuloso. Daniel Day Lewis, claro, era a maior “barbada” do ano, ao lado do melhor filme em língua estrangeira, “Amor” (Áustria) e da melhor canção, “Skyfall”, de “007 – Operação Skyfall” . No filme a música funciona maravilhosamente, mas ao vivo, no show do Oscar, a apresentação de Adele foi fria e decepcionante, o que ficou evidente pela reação do público, que a aplaudiu apenas polidamente, se compararmos com a calorosa recepção dada a Shirley Bassey, que cantou “Goldfinger”, ao coro formado por todo o elenco de “Os Miseráveis” e a Barbra Streisand cantando “The Way We Were”, homenagem ao grande Marvin Hamlish, compositor falecido no ano passado...
Bom, chega de falar dos filmes de 2012. A maratona de 2013 já começou! E viva Michelle Obama, a verdadeira grande surpresa da maior festa do cinema mundial!

Nenhum comentário:

Postar um comentário