sexta-feira, 3 de maio de 2013

Homem de Ferro...mas não muito!


Por José farid Zaine
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A primeira sensação que temos, com as primeiras sequências de “Homem de Ferro 3”, que estreou na semana passada em 1223 ( recorde absoluto, superando “Amanhecer –Parte 2”) salas brasileiras, é a de que já vimos este filme. O trailer, bombardeado sobre os espectadores de nossos cinemas há pelo menos um ano, é um dos responsáveis por essa sensação... Contudo, e ainda bem, logo nos deparamos com um divertimento de primeira, muito bem feito, envolvente, ágil, e parecendo justificar o seu orçamento milionário.
“Homem de Ferro 3” é o melhor da série, creditando-se essa qualidade toda principalmente à direção de Shane Black. Robert Downey Jr. carrega o filme, como sempre, mas neste terceiro exemplar ele parece muito mais à vontade, explorando a ironia, o humor e a fragilidade humana. Não por acaso, ele passa muito tempo sem seu famosíssimo traje, e seu lado humano tem destaque. São divertidos seus ataques de pânico e seus diálogos afiados, produtos de um roteiro bem costurado. É interessante ver o super-heroi despojado, sofrendo e apanhando como um mortal comum, já que o que lhe dá poderes é a alta tecnologia do seu traje. Os trajes, por sua vez, ganham vida e garantem algumas das mais movimentadas cenas.



Há sequências espetaculares em “Homem de Ferro 3”, como a destruição da casa de Tony Stark, e o salvamento de 11 pessoas ejetadas do avião presidencial durante um ataque dos vilões.
O que se espera de um blockbuster exaustivamente anunciado e que consumiu milhões de dólares em sua produção? Diversão, naturalmente. E nisso o filme não decepciona, cumprindo  muito bem a sua função.
E vejam, quem, obviamente, é a companhia digamos, oficial, de Robert Downey Jr: é a loura mais comentada da semana no quesito “celebridade”, Gwyneth Paltrow, a intérprete de Pepper Potts. Ela conseguiu a proeza de ser eleita a mais bela do mundo pela revista People, e a mais odiada personalidade pela revista Star. Esse antagonismo estranho veio de duas coisas bem conhecidas sobre a atriz premiada com o Oscar em “Shakespeare Apaixonado”: sua decantada beleza e seu comentado “gênio forte”...
Outra companhia para Downey Jr. é a de Guy Pierce, como o vilão do momento, o cientista Aldrich Killian.
Importa muito a história, quando se trata de mais uma aventura de um super-heroi? Nem tanto. Importa mais a forma com que essa aventura será saboreada, quantos efeitos visuais inovadores surgirão, e quanto o mocinho e a mocinha deverão sofrer até que os vilões sejam devidamente reduzidos a pó. Isso vale desde que o cinema foi criado.
Em “Homem de Ferro 3” há que se fazer justiça à escalação do elenco, excelente. Além dos três principais, temos a presença de Don Cheadle, ótimo ator consagrado pelo belo e contundente “Hotel Ruanda”, pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor ator. E como o estranho e interessantíssimo Mandarim, nada mais, nada menos que Ben Kingsley, irreconhecível, mas sempre um grande ator. Sim, Kingsley é o intérprete de Gandhi, papel que lhe deu o Oscar de melhor ator no filme homônimo dirigido por Richard Attenborough , e que ganhou também como Melhor Filme (1983).
Bem, já que temos um programa divertido pela frente, vamos curtir essa aventura  legal, prova de que existe vida inteligente no tratamento aos super-herois. E para aproveitá-la inteiramente, procuremos uma boa sala, com projeção em 3D e som muito, muito bom. Aí dá até pra encarar o cheiro de manteiga das pipocas e os adolescentes barulhentos...

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