Por José Farid Zaine
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Domingo, 5 de junho, é dia Mundial do Meio Ambiente. Muitas comemorações pela cidade, incluindo apresentação da peça infantil “A Viagem Estelar”, incluída na Mostra Municipal de Teatro, no Vitória, às 16h, com entrada franca e patrocínio da Foz do Brasil. A arte sempre se apropriou da natureza para que ela brilhasse em músicas, pinturas, esculturas, coreografias, peças teatrais e filmes, muitos filmes. Impossível não admirar a natureza flagrada pelos olhos dos pintores nas obras eternas de Van Gogh, Renoir, Boticelli...Na música erudita, só para citar um exemplo, pode haver melhor tradução musical da natureza que a “Pastoral” de Beethoven? Na música popular, então, não há compositor que não tenha incluído em sua obra o tema ecológico, com o intuito de denunciar desmandos, valorizar a vida e defender sua preservação. Eu mesmo, como biólogo que sou, sempre incluí em meus projetos os temas ecológicos. Aqui em Limeira criei o MEL – Musical Ecológico de Limeira que, em 2011, terá nova edição, no ano em que a Campanha da Fraternidade também tem o meio ambiente como seu tema. Mas nosso caso é cinema, e não faltam filmes para vermos sobre o assunto, seja nas salas exibidoras, em casa ou nas escolas.
Nos cinemas a boa pedida é ver a animação de Carlos Saldanha, “Rio”, em que a salvação das últimas ararinhas azuis existentes é o tema central. Já indicamos aqui essa preciosidade, mas por conta da comemoração de um dia tão relevante como o dia Mundial do Meio Ambiente, nunca é demais um reforço, mesmo em se tratando de um megasucesso de bilheteria que quase todo mundo já viu.
Outro “blockbuster” recente é “Avatar”, de James Cameron, que pode ser curtido em casa com a imagem limpa e nítida que o Blu-ray proporciona. “Avatar” tem milhões de fãs ardorosos por todo o mundo, e é tecnicamente irrepreensível. Sua “mensagem” ecológica é previsível, mas seria injusto não reconhecer que é válida .
Muito exibido nas escolas é o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, sobre o aquecimento global, dirigido por Davis Guggenhein e apresentado pelo ex vice-presidente dos EUA, Al Gore. Muitos torceram o nariz para o filme, mas ele tem seus méritos, principalmente quando propõe alernativas para que a natureza não viva uma catástrofe climática num curto período de tempo.
Em tempos da dramática situação vivida no Japão, às voltas com os preocupantes vazamentos de material radioativo na Usina de Fukushima, após terremoto e tsunami que assolaram parte do país, é importante rever um grande filme de James Bridges, com a maravilhosa Jane Fonda: “A Síndrome da China”(The China Syndrome). O nome se refere a um acidente nuclear imaginário, em que um reator sofreria danos incontroláveis, derreteria e o calor produzido iria dos EUA até a China. No elenco, brilhantes participações de Jack Lemmon (melhor ator em Cannes) e Michael Douglas. O filme é de 1979, mas mantém seu vigor e seu suspense, além do vínculo com a atualidade, tanto pela existência de problemas com usinas nucleares em todo o mundo, quanto pelo lado jornalístico tratado com maestria no roteiro. Nesta semana mesmo a Alemanha anunciou o fim de suas usinas nucleares até 2022. “A Síndrome da China” recebeu prêmios nos mais importantes festivais do mundo, e deu indicações ao Oscar a Jane Fonda e Jack Lemmon. Não ganharam por esse filme, mas Jane foi duas vezes campeã, com “Klute” e “Amargo Regresso”, e Lemmon por “Mister Roberts” e “Sonhos do Passado”.
Outro momento inesquecível do cinema dito ecológico, e para ser visto e revisto para sempre, é a obra-prima de Akira Kurosawa “Dersu Uzala”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1976. As belíssimas imagens das gélidas paisagens da Sibéria foram captadas magnificamente. “Dersu Uzala” é celebrado como um dos grandes momentos do diretor Akira Kurosawa em uma obra que é citada em quase todas as listas de melhores filmes de todos os tempos.
Há muitos, muitos outros filmes que poderíamos indicar sobre o tema. Mas fiquemos com esses, curtindo o bom cinema que significam e para que façamos uma reflexão sobre nós mesmos e nossa relação com a natureza. Neste fim de semana, ela é a estrela maior. Cuidemos para que esse brilho dure para sempre, fazendo a nossa parte.
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