Por José Farid Zaine
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Hoje tem “Elvis e Madona” estreando por aqui, com duas sessões, às 19h10 e 21h10, no Arcoplex Pátio Limeira. O filme já é bem conhecido do público da cidade por causa da pre-estreia ocorrida no Teatro Vitória, no dia 19 de maio de 2011. Nessa noite inauguramos nosso Projeto “Cine Cultura”, com essa avant-première concorrida, com ótimo público. Na ocasião, esteve presente o astro do filme, o ator Igor Cotrim, intérprete do travesti Madona. Seu par é a atriz Simone Spoladore, intérprete de Elvis. O casal inusitado do filme de Marcelo Laffitte é, sim, formado por um travesti e uma lésbica... e eles se apaixonam. A história desse romance é recheada de encontros, desencontros, problemas familiares, violência, sexo e muito humor...
A pre-estreia de Elvis e Madona em Limeira foi marcante. Na mesma noite, autografou seu livro ali, na Galeria do Teatro Vitória, o jornalista e apresentador de TV, Luiz Biajoni, meu amigo escritor e cinéfilo. Bia escreveu um livro homônimo a partir do filme, do roteiro dele. O livro agradou e vem fazendo sucesso em muitas noites de autógrafos por todo o Brasil. Então existe uma ligação entre o filme e a cidade de Limeira, razão pela qual a Arcoiris Cinemas, empresa que é responsável pela programação das salas do Arcoplex Pátio Limeira, resolveu lançar o filme por aqui, apoiada pela Secretaria da Cultura e por uma campanha promocional na TV Jornal. Aproveito este espaço, em que já fiz meu comentário a respeito do filme, para convidá-los, leitores e leitoras, a prestigiarem as exibições dele por aqui. Vamos nos encontrar lá no nosso Shopping hoje, às 19h10, para um bate-papo e em seguida para curtirmos juntos esse exemplar do novo cinema brasileiro, um cinema cada vez mais em sintonia com seu público. “Elvis e Madona”, além de Igor Cotrim e Simone Spoladore, tem um maravilhoso elenco onde se destacam Maitê Proença, Buza Ferraz e José Wilker. O filme foi premiado em diversos festivais no Brasil e no exterior. Não percam.
E que relação existe entre “Elvis e Madona” e Leon Cakoff, proposta no título deste artigo? Acontece que Leon Cakoff, o criador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, uma das maiores e mais importantes do mundo, morreu neste fim de semana, vitimado por um câncer. No ano passado “Elvis e Madona” foi exibido na Mostra, após uma noite de autógrafos do livro do Bia. Lembrei-me de Leon, com quem conversei longamente uma vez, lá na Mostra, a grande obra de sua vida. Leon era extremamente atencioso. Sua vida era integralmente dedicada a esse magnífico projeto, de importância única na cultura brasileira, e vital para a formação de cinéfilos...todos nós, que amamos o cinema, devemos muito, muito a Leon Cakoff. A Mostra de Cinema de São Paulo foi a única maneira de vermos centenas de filmes que jamais chegariam ao nosso circuito comercial...muitos filmes que vi ali nunca chegaram às salas exibidoras, nem sequer foram lançados
Leon Cakoff nos deixa uma semana antes de ser iniciada a 35ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Ficou para sua esposa, a cineasta Renata de Almeida, que já vinha dirigindo com ele o evento, a tarefa de mantê-lo. Ela fará isso, com toda a certeza, pela competência própria e pelo aprendizado com Leon Cakoff, e ainda por ser a melhor forma de reverenciar sua memória.
Leon Cakoff morreu dia 14 de outubro, aos 63 anos. Iniciou a Mostra em 1977, com 16 longas e 7 curtas. Com o sucesso do Projeto, a Mostra chegou a exibir mais de 400 filmes em uma única edição, como aconteceu em 2010. Cakoff lutou bravamente contra a censura, no pior período da ditadura militar e foi vitorioso, contribuindo enormemente para manter viva a expressão artística e o crescimento cultural no País. Perdeu a luta contra o câncer, que derrotou seu corpo. Seu espírito guerreiro, contudo, estará presente nos milhares de filmes de todo o mundo que continuarão chegando até nós por causa dele...
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