sexta-feira, 21 de setembro de 2012

CARDÁPIO VARIADO NA TELA GRANDE


Por José Farid Zaine
farid.cultura@uol.com.br
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A semana passada foi de muitas estreias nos cinemas. O segundo semestre guarda um considerável número de atrações, principalmente para o fim de ano e começo do próximo, quando a temporada de prêmios começa destacando os favoritos ao Oscar. É sempre assim. Surgem também muitos festivais de cinema importantes, como o de Brasília e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A semana foi especial para o Brasil, com três lançamentos com possibilidades de boas bilheterias e alguns sucessos comerciais internacionais, sem grandes blockbusters.





“E a Vida Continua...”, de Paulo Figueiredo, é um drama espírita adaptado da obra de André Luiz e psicografado por Chico Xavier. O elenco traz a força da presença de Lima Duarte e Ana Rosa, figurinha carimbada nos filmes de temática espírita. Desde o fraquíssimo “Bezerra de Menezes”, o tema vem obtendo ótimos resultados em termos de bilheteria. “Chico Xavier”, o melhor de todos, ganhou adeptos até entre os críticos mais azedos; “Nosso Lar” ousou na produção milionária, com efeitos especiais encomendados, e “As Mães de Chico Xavier” conseguiu se sustentar sobre uma trama banhada de lágrimas levada por bom elenco.



Os outros dois filmes brasileiros lançados são documentários, gênero que o nosso cinema vem cultivando cada vez mais. O primeiro é um relançamento de uma obra antológica, o magnífico “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho, de 1984, narrando a história do líder da liga camponesa do Sapé, João Pedro Teixeira. A cópia restaurada é um prêmio para a cultura brasileira, mas quem não puder ir ao cinema agora, o documentário pode ser visto em DVD.



O segundo documentário é “Tropicália”, de Marcelo Machado, de 2012. O filme mostra um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil, comparado em dimensão à Bossa Nova. Surgida no final dos anos 1960, época de efervescência cultural e política no mundo todo e período mais contundente dos anos de chumbo da ditadura militar, a Tropicália consagrou Caetano , Gil, Tom Zé, Gal, Bethânia e outros que revolucionaram a música popular brasileira com canções que permanecem até hoje com a força com que foram criadas, no meio da luta pela liberdade de expressão.



INTERNACIONAIS
Os fãs de Resident Evil, que não são poucos, vão ficar satisfeitos por mais um episódio da saga, “Resident Evil 5: Retribuição”, filme americano de 2012 dirigido por Paul W.S.Anderson. Originado do game homônimo, o quinto exemplar da série traz a bela Milla Jovovich numa alucinante aventura em 3D. Para ela, que já foi queimada na fogueira como Joana D´Arc, tudo bem...



Vem da França outro lançamento internacional, “My Way, o Mito Além da Música”, de Florent-Emilio Siri, de 2012. O filme conta a história de Claude François, um grande nome da música francesa, criador de “Comme d'Habitude", que depois foi vertida para o inglês e se transformou na marca indelével de Frank Sinatra, e um dos maiores êxitos de sua fulgurante carreira. Jéremie Renier interpreta o compositor, e muitos críticos viram semelhanças entre a narrativa deste filme e o grande sucesso de Olivier Dahan ”Piaf - Um Hino ao Amor”, que deu o Oscar de melhor atriz para Marion Cotillard.


 

Dos Estados Unidos chegou ainda a comédia estrelada por Ben Stiller “Vizinhos Imediatos de Terceiro Grau” (The Watch), de Akiva Schaffer, 2012. Tipo de comédia que tem enorme quantidade de fãs, provavelmente vai provocar filas, gargalhadas... e rápido esquecimento.



E o cardápio para hoje, em todo o Brasil, está ainda com mais variedades: Estreiam na tela grande a ação americana “DREDD”, de Pete Travis, o documentário brasileiro “Expedicionários”, de Otávio Cury, o drama “Os Infratores”, de John Hillcoat, com um elenco all star que inclui Tom Hardy, a sensacional Jessica Chastain, Gary Oldman, Guy Pierce e Shia LaBeouf, o suspense com Sigourney Weaver “Poder Paranormal”, o francês “Polissia”,a animação “O Segredo das Fadas” e outra comédia americana, “Ted”, com Mila Kunis e Mark Wahlberg. E não é tudo. Como se vê, quem curte o escurinho do cinema não tem do que reclamar, pois há tempero para todos os paladares.

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