sexta-feira, 28 de setembro de 2012

AS DELICADEZAS DE AUDREY TAUTOU

Por José Farid Zaine
Twitter; @faridzaine
Facebook: Farid Zaine

Logo na primeira sequência de “A Delicadeza do Amor” o espectador é conquistado. Em poucos minutos somos envolvidos por um acontecimento simples e poético, num café, e sabemos que, a partir daí, uma história de amor acontecerá inevitavelmente, movida pelo destino. Essa história é conduzida com extrema delicadeza, justificando o título, que é também o mesmo do best-seller em que foi inspirado, La Delicatesse, embora em português tenha sido acrescentado esse “do amor”, dispensável, mas não prejudicial. A alma do filme é Audrey Tautou, escolha acertadíssima dos irmãos Foenkinos (David, que também é autor do romance, e Stèphane). A beleza suave de Tautou, intérprete de Nathalie, a protagonista, é levada através dos cenários caprichados que constroem as atmosferas de romance, drama, tragédia e  de todos os sentimentos que nos movem pela vida e que interessam à narrativa de uma história comovente, mas que fica muito longe da pieguice e das artimanhas lacrimogêneas.


É a vida simples, sem retoques, com suas surpresas e armadilhas, com suas promessas de paraíso e com seus abismos imprevistos, o fio condutor dessa história. Audrey Tautou é a imagem desse fio: seu andar, seu olhar, seu sorriso, suas expressões de alegria, dor, desamparo, determinação ou apenas da mais desoladora solidão, são marcas fortíssimas em todas as sequências.
A sensibilidade da direção ficou profundamente refletida na trilha sonora, sempre acertada, além do elenco perfeito que tem como destaques François Damiens, como o sueco Markus,  Bruno Todeschini como Charles, o patrão apaixonado por Nathalie, Mèlanie Bernier, como a secretária Chloé e o galã Pio Marmaï, como o grande amor da personagem principal.
“A Delicadeza do Amor” estreou em maio nos cinemas do Brasil e agora está disponível em DVD e Blu-Ray, podendo se transformar num excelente programa doméstico para o fim de semana.

OUTRAS FACES DE AUDREY TAUTOU
Quem se encantar com “A Delicadeza do Amor”, com certeza gostará de ver ou rever outros filmes com Audrey Tautou, todos facilmente encontrados nas locadoras.
O mais famoso filme dela é, com certeza, “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, de 2001, que a projetou mundialmente. Dirigido por Jean Pierre Jeunet, a comédia romântica encantou as plateias pela originalidade e pela interpretação graciosa da pequena estrela que surgia. Ao indicá-lo para o Oscar, a França apostou nele todas as fichas, porque o filme vinha de carreira de sucesso comercial e de crítica. “Amélie Poulain” foi finalista na categoria melhor filme estrangeiro e ainda foi indicado em outras categorias técnicas, era considerado uma “barbada”, mas perdeu para “Terra de Ninguém”, da Bosnia, que, convenhamos, era mesmo bem melhor.
“Coco, antes de Chanel” , drama de 2009 dirigido por Anne Fontaine, coloca Tautou na pele da lendária estilista francesa Coco Chanel, nome consagrado internacionalmente na alta-costura, transformada num símbolo feminino de seu tempo.
Em “Eterno Amor” (Um Long Dimanche de Fiançailles), de Jean-Pierre Jeunet, Audrey Tautou é Mathilde, que empreende obstinada busca pelo namorado, dado como morto na Primeira Guerra Mundial. A comovente história ganhou muitos fãs mundo afora...e nariz torcido de boa parte da crítica.
Depois do espetacular sucesso de “O Código Da Vinci”, livro de Dan Brown que vendeu milhões de cópias por todo o planeta, era uma curiosidade geral saber quem daria vida às personagens da instigante história narrada no romance. Foi noticiada com grande alarde a notícia de que Sophie Neveu seria vivida por Tautou, ao lado de Tom Hanks, que encarnaria o pesquisador Robert Langdon. O filme fez sucesso de bilheteria, mas dividiu muito a crítica. Mas vale a pena conferir esse blockbuster dirigido por Ron Howard, com a estrelinha francesa no papel da principal personagem feminina.
Neste fim de semana, vamos curtir Audrey Tautou, especialmente em “A Delicadeza do Amor”, uma receita de serenidade para amenizar nosso cotidiano tão conturbado, que às vezes não ficamos atentos às coisas belas e simples que podem alimentar nosso coração.

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