sexta-feira, 7 de setembro de 2012

PRESIDENTE SAI À NOITE PARA CAÇAR VAMPIROS




Por José Farid Zaine

farid.cultura@uol.com.br

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Não, não estou falando da Presidente Dilma saindo para descobrir os sanguessugas do dinheiro público, embora ela tenha sido valente e determinada. Falo do filme que estreia hoje em todo o Brasil, sobre um ícone da política americana, Abraham Lincoln, um herói para o povo dos Estados Unidos, e que agora vira um super-herói, como se fosse uma figura saída das HQ. É “Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros”
(Abraham Lincoln – Vampire Hunter).



Vejam, caros leitores, a grande revelação que o filme nos traz: Abraham Lincoln, por testemunhar a morte da mãe por um vampiro quando ainda era um menino, traça para sua vida um destino insólito: caçar, até as últimas consequências, esses mortos- vivos eternos, até encontrar e destruir o assassino dela. Mais bombástica ainda é a constatação de que a Guerra de Secessão, nos anos 1860, tinham um outro grande
propósito: combater e eliminar vampiros que queriam dominar o País. Ah, há também a trágica história do filhinho de Lincoln com sua esposa Mary: ele tem o mesmo destino da avó, e é assassinado por uma  vampira...

Esta é uma revisão histórica e tanto! Mas o que esperar de um filme sobre vampiros quando Tim Burton está por perto? Ele não é o diretor, desta vez, tarefa deixada para o competente criador de “O Procurado”, o russo Timur Bekmanbetov, enquanto que para Burton ficou a produção. A insólita e rocambolesca aventura nasceu a partir do livro de Seth Grahame-Smith, que fez um roteiro pra lá de maluco, ao envolver numa história de vampiros o Presidente Lincoln, de conhecidíssima biografia.

Grahame-Smith já havia “aprontado” antes, juntando uma das mais celebradas obras de Jane Austen, “Orgulho e Preconceito” com Zumbis...Deu certo e ele vendeu muitos livros. Agora a nova maluquice vem para a tela grande e, apesar de tudo o que foi dito, o resultado – pasmem! – é um bom filme, uma aventura movimentadíssima, sempre interessante e que prende o espectador durante as duas horas de duração.

TUDO JUNTO E MISTURADO

Muita gente, levada pelo título esquisito, “Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros”, pode confundir as coisas: trata-se de um filme histórico, sobre a vida de um dos mais amados presidentes norte-americanos, ou um filme sobre a Guerra de Secessão, ou um novo exemplar da onda vampiresca que inundou os cinemas nesta era de Crepúsculos e seus derivados? Bom, na verdade é tudo isso. Só que a mistura deu liga, o tempero até que ficou bem palatável. O resultado é um filme que, à parte as estranhezas, tem grandes qualidades: seu ritmo é frenético e não dá folga para o espectador. A história é atraente e vem bem ajeitada numa recriação de época boa, com um belo visual ajudado por direção de arte competente e figurinos adequados. A fotografia deixa a desejar, mas há bons momentos com o clima esperado para esse tipo de filme encaixado no gênero “terror”. A cena que mostra o alto e desengonçado Presidente, com sua cartola e seu sobretudo, numa cena noturna em que sua figura caminha por uma rua deserta, é um clichê e tanto, mas é bonita e emblemática.

O elenco segura tudo. O grandalhão Benjamin Walker, que parece filho de Liam Neeson, vencendo a disputa para o papel com muitos atores candidatos, sai-se muito bem na pele do Presidente com sua arma letal para os vampiros, um machado de prata que ele manipula como um artista de circo. Aliás, a sequência que mostra o aprendizado de Lincoln para se preparar e se transformar num matador de vampiros, é
muito boa. Rufus Sewell está muito bem como o vilão maior, e Dominic Cooper rouba a cena como o amigo de Lincoln, um vampiro do bem. Os efeitos especiais são muitos e valorizados pela utilização do 3D, mas é preciso ver o filme numa sala com ótima projeção e som de primeira.

“Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros” cumpre seu papel de ser um divertimento bem acabado. A velocidade da ação é competente para segurar o espectador, mas há espaço para algumas doses de drama, comédia e romance.

Para curtir este filme é preciso deixar de lado os preconceitos e aceitar entrar no jogo de três malucos: o autor do livro e do roteiro, Seth Grahame-Smith, o produtor Tim Burton e o diretor Timur Bekmanbetov. Quem sabe a arrecadação de milhões de dólares nas bilheterias mostre que eles não são tão doidos assim.

Um comentário:

  1. Para que uma história seja cinema ou televisão para falar sobre vampiros ter sucesso, eu acredito que o negócio é uma asuento importante. Por exemplo, na septima temporada da série True Blood, os personagens têm conseguido destacar-se, por isso espero continuar.

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