BRAVURA E VITÓRIA
Por José Farid Zaine
farid@limeira.com.br
twitter: @faridzaine
Se há um ator veterano hoje reverenciado e valorizado, é Jeff Bridges. No ano passado ele ganhou o Oscar pela estupenda interpretação de um cantor country, às voltas com o reencontro com as possibilidades da vida, em “Coração Louco” (Crazy Heart). Algo a ver com a biografia desse incansável ator, sempre em busca de aprimoramento e superação. Em 2009, Bridges concorreu com Colin Firth e levou a melhor. Neste ano, os dois estão novamente na parada, mas a estatueta de melhor ator parece estar voando para os braços de Colin, por causa de sua aclamada performance em “O Discurso do Rei”, que comentei na semana passada. Nada que desmereça a atuação de Jeff Bridges em “Bravura Indômita” (True Grit), mais um ótimo filme dos Irmãos Coen, Ethan e Joel, premiados por “Onde os Fracos Não tem Vez” (No Country for Old Man), um faroeste moderno e radical, com a violência explícita que chocou as plateias de todo o mundo. Aqui, num remake que os autores preferem chamar de readaptação, a história contida no livro homônimo de Charles Portis, é a mesma filmada em 1969 e que deu o Oscar de melhor ator para John Wayne. É fácil comparar a atuação dos dois, Bridges e Wayne, buscando-se na internet trechos do filme antigo. A personagem interpretada por ambos é a de um xerife federal com fama de valentão e que bebe o tempo todo. John Wayne é mais contido, e Jeff Bridges carrega nas tintas do bêbado que envelhece, mas se esforça por manter suas qualidades e princípios. A história é a de uma menina, magistralmente vivida na nova versão por Hailee Steinfeld, indicada a melhor atriz coadjuvante, e por Kim Darby em 1969, que deseja ir a um território indígena para capturar o assassino de seu pai. Ótimos também estão Matt Damon, outro oficial que participa dessa busca, e Josh Brolin, no papel do assassino, este último com o mesmo brilho já demonstrado em “Onde Os Fracos Não tem Vez”. O filme é bonito, tem ótima fotografia, aliás uma das categorias em que foi indicado e pode vencer, além de muitas outras qualidades. “Bravura Indômita” é uma aventura com tons dramáticos e toques de humor, tudo bem dosado e embalado num visual sempre interessante. Recebeu 10 indicações, mas não deve levar mais que 1 ou dois prêmios. Vale a pena ver, com certeza, a nova versão no cinema dirigida pelos irmãos Coen e procurar um DVD para ver a versão com John Wayne, dirigida por Henry Hataway.
Já que estamos falando em bravura, coragem e determinação, acrescentemos a esses ingredientes um pouco de fundo do poço e outro tanto de superação e chegaremos à receita de “O Vencedor” (The Fighter), dirigido por David O. Russel, indicado aos Oscars de melhor filme, diretor, roteiro original, atriz coadjuvante (Melissa Leo e Amy Adams) e melhor ator coadjuvante para Christian Bale, quase uma unanimidade entre os analistas dos prêmios do ano e críticos de todo o mundo. O “bad boy” Bale, o atual intérprete de Batman, está sensacional como Dicky, um ex-pugilista que teve seu momento de glória, mas entrou em decadência por ser viciado em crack. Com uma família pra lá de intrometida, complicada, mas unida, ele tentará levar o irmão caçula à glória nos ringues, não sem passar por duras provações. Mark Wahlberg é o irmão e também está ótimo. O show de interpretações comandado por Christian Bale é completado, com igual categoria, por Melissa Leo, como a mãe e empresária (ela deve ganhar como atriz coadjuvante), e Amy Adams, como a namorada de Micky, personagem de Wahlberg. É uma ótima pedida ver esse drama emocionante e ágil, principalmente pelo homogêneo e competente desempenho do elenco.
Como no caso de “Bravura Indômita”, em que recomendei um retorno a um velho sucesso para conferir e comparar interpretações de grandes atores, vou indicar aos caros leitores uma olhada num grande filme de Spielberg, em que a guerra e um campo de concentração são vistos sob a ótica de um menino separado dos pais num tumulto pelas ruas de Xangai. O filme é “Império do Sol”, e o menino é Christian Bale, em sua primeira aparição no cinema. É incrível vermos o quanto do grande ator que ele seria já estava presente naquele garoto. Bale teve uma carreira marcada por grandes papeis e a vida sendo escancarada em notícias nem sempre agradáveis, como o recente e escandaloso caso de uma suposta agressão à irmã e à própria mãe, que a mídia explorou à exaustão.
Bem, caros leitores, aí estão as deliciosas tarefas da semana, se desejarem acompanhar o Oscar, no dia 27, conhecendo melhor os concorrentes: ir ao cinema para ver “Bravura Indômita”, indicado em dez categorias, e “O Vencedor”, em sete. E, como lição de casa, uma olhada no xerife beberrão de John Wayne, de 1969, e no sofrido garoto de Christian Bale, em “Império do Sol”. Haverá aí passagens de dor, tristeza, violência e depressão, mas não faltarão lances de bravura e vitória!
Assessoria Parlamentar do Vereador José Farid Zaine (PDT)
Por José Farid Zaine
farid@limeira.com.br
twitter: @faridzaine
Se há um ator veterano hoje reverenciado e valorizado, é Jeff Bridges. No ano passado ele ganhou o Oscar pela estupenda interpretação de um cantor country, às voltas com o reencontro com as possibilidades da vida, em “Coração Louco” (Crazy Heart). Algo a ver com a biografia desse incansável ator, sempre em busca de aprimoramento e superação. Em 2009, Bridges concorreu com Colin Firth e levou a melhor. Neste ano, os dois estão novamente na parada, mas a estatueta de melhor ator parece estar voando para os braços de Colin, por causa de sua aclamada performance em “O Discurso do Rei”, que comentei na semana passada. Nada que desmereça a atuação de Jeff Bridges em “Bravura Indômita” (True Grit), mais um ótimo filme dos Irmãos Coen, Ethan e Joel, premiados por “Onde os Fracos Não tem Vez” (No Country for Old Man), um faroeste moderno e radical, com a violência explícita que chocou as plateias de todo o mundo. Aqui, num remake que os autores preferem chamar de readaptação, a história contida no livro homônimo de Charles Portis, é a mesma filmada em 1969 e que deu o Oscar de melhor ator para John Wayne. É fácil comparar a atuação dos dois, Bridges e Wayne, buscando-se na internet trechos do filme antigo. A personagem interpretada por ambos é a de um xerife federal com fama de valentão e que bebe o tempo todo. John Wayne é mais contido, e Jeff Bridges carrega nas tintas do bêbado que envelhece, mas se esforça por manter suas qualidades e princípios. A história é a de uma menina, magistralmente vivida na nova versão por Hailee Steinfeld, indicada a melhor atriz coadjuvante, e por Kim Darby em 1969, que deseja ir a um território indígena para capturar o assassino de seu pai. Ótimos também estão Matt Damon, outro oficial que participa dessa busca, e Josh Brolin, no papel do assassino, este último com o mesmo brilho já demonstrado em “Onde Os Fracos Não tem Vez”. O filme é bonito, tem ótima fotografia, aliás uma das categorias em que foi indicado e pode vencer, além de muitas outras qualidades. “Bravura Indômita” é uma aventura com tons dramáticos e toques de humor, tudo bem dosado e embalado num visual sempre interessante. Recebeu 10 indicações, mas não deve levar mais que 1 ou dois prêmios. Vale a pena ver, com certeza, a nova versão no cinema dirigida pelos irmãos Coen e procurar um DVD para ver a versão com John Wayne, dirigida por Henry Hataway.
Já que estamos falando em bravura, coragem e determinação, acrescentemos a esses ingredientes um pouco de fundo do poço e outro tanto de superação e chegaremos à receita de “O Vencedor” (The Fighter), dirigido por David O. Russel, indicado aos Oscars de melhor filme, diretor, roteiro original, atriz coadjuvante (Melissa Leo e Amy Adams) e melhor ator coadjuvante para Christian Bale, quase uma unanimidade entre os analistas dos prêmios do ano e críticos de todo o mundo. O “bad boy” Bale, o atual intérprete de Batman, está sensacional como Dicky, um ex-pugilista que teve seu momento de glória, mas entrou em decadência por ser viciado em crack. Com uma família pra lá de intrometida, complicada, mas unida, ele tentará levar o irmão caçula à glória nos ringues, não sem passar por duras provações. Mark Wahlberg é o irmão e também está ótimo. O show de interpretações comandado por Christian Bale é completado, com igual categoria, por Melissa Leo, como a mãe e empresária (ela deve ganhar como atriz coadjuvante), e Amy Adams, como a namorada de Micky, personagem de Wahlberg. É uma ótima pedida ver esse drama emocionante e ágil, principalmente pelo homogêneo e competente desempenho do elenco.
Como no caso de “Bravura Indômita”, em que recomendei um retorno a um velho sucesso para conferir e comparar interpretações de grandes atores, vou indicar aos caros leitores uma olhada num grande filme de Spielberg, em que a guerra e um campo de concentração são vistos sob a ótica de um menino separado dos pais num tumulto pelas ruas de Xangai. O filme é “Império do Sol”, e o menino é Christian Bale, em sua primeira aparição no cinema. É incrível vermos o quanto do grande ator que ele seria já estava presente naquele garoto. Bale teve uma carreira marcada por grandes papeis e a vida sendo escancarada em notícias nem sempre agradáveis, como o recente e escandaloso caso de uma suposta agressão à irmã e à própria mãe, que a mídia explorou à exaustão.
Bem, caros leitores, aí estão as deliciosas tarefas da semana, se desejarem acompanhar o Oscar, no dia 27, conhecendo melhor os concorrentes: ir ao cinema para ver “Bravura Indômita”, indicado em dez categorias, e “O Vencedor”, em sete. E, como lição de casa, uma olhada no xerife beberrão de John Wayne, de 1969, e no sofrido garoto de Christian Bale, em “Império do Sol”. Haverá aí passagens de dor, tristeza, violência e depressão, mas não faltarão lances de bravura e vitória!
Assessoria Parlamentar do Vereador José Farid Zaine (PDT)
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