Veja CineART desta semana:
O AMOR É UMA DROGA QUE CURA OU ENVENENA?
Por José Farid Zaine
farid@limeira.com.br
twitter: @faridzaine
Comédia romântica ou drama? No caso de “Amor e Outras Drogas”, em exibição nos cinemas, os dois. A dupla Jake Gyllenhaal e Anne Hataway protagoniza, neste filme de Edward Zwick, um casal à procura de se ajustar às condições que a vida lhe coloca. Jamie é um conquistador, um Dom Juan que se atira a uma cotidiana tarefa de colecionar mulheres e fazer sexo, muito sexo. Ele é vendedor de uma grande empresa de produtos farmacêuticos e coloca como objetivo de sua carreira transformar-se no mais bem sucedido representante dela. Um dia encontra Maggie, uma bela e sensual mulher com quem começa um relacionamento intenso. Ela tem Mal de Parkinson, no estágio 1, e outros problemas de saúde. Conduzir a vida dos dois e de seus interesses é o tema do filme, que toca também de forma clara sobre o poder da indústria farmacêutica sobre os médicos.
“Amor e Outras Drogas” trata de remédios, da busca da cura, da procura pela felicidade. Que droga poderia ser mais poderosa que o amor? A resposta vem no desenrolar do romance entre Maggie e Jamie, mostrado com leveza, humor e doses bem toleradas de emoção. Anne Hataway e Jake Gyllenhaal funcionam perfeitamente como casal. As cenas de sexo são bonitas, bem fotografadas e, embora tórridas, nem de perto resvalam no mau gosto, valorizando o erotismo com delicadeza e descontração. Eles já foram marido e mulher no cinema, mas em uma situação completamente diferente. Isso se deu no magnífico “O Segredo de Brokeback Mountain”, de Ang Lee, em que Anne fez a esposa de Jack, o cowboy apaixonado por Ennis Del Mar, o grande papel de Heath Ledger, morto precocemente em 2008. Em “Brokeback Mountain” sabia-se durante todo o tempo que se tratava de um caso que nunca daria certo, por conta do relacionamento existente entre os dois amigos, e que perdurava com maior intensidade durante o período em que ambos estiveram casados com esposas que não amavam. Em “Amor e Outras Drogas”, o amor vem como uma droga salvadora, não para exterminar o mal de Parkinson de Maggie, mas como revelação de que a vida pode ser surpreendente e generosa nas ofertas de possibilidades que ela nos dá .
Edward Zwick tem uma filmografia relativamente pequena, mas daí podemos pinçar o ótimo “Diamante de Sangue”, com Leonardo DiCaprio, e a saga “Lendas da Paixão”, sucesso popular com Brad Pitt.
“Amor e Outras Drogas” é ótimo para se ver no cinema, mas com certeza fará enorme sucesso nas locadoras quando for lançado em Blu-Ray e DVD, o que deve acontecer brevemente. Como sempre prefiro ver tudo no cinema, recomendo que as pessoas abandonem um pouco a sala de estar para curtirem esse bom filme. Mas se o caso for ficar em casa, então que tal procurar um clássico nas prateleiras das locadoras ou num site de vendas de filmes pela internet? Recomendo, neste caso, “ Servidão Humana” (Of Human Bondage), dirigido por Ken Hugles e inspirado no livro homônimo de William Somerset Maugham, um dos romances mais traduzidos no mundo, e que teve várias versões para o cinema. Esta de que falo é a de 1964, com Kim Novak e Laurence Harvey, em preto e branco. Kim está no esplendor de sua beleza, e aí podemos ver porque o mestre Hitchcock tinha ficado tão fascinado por ela (ele era obcecado por louras) quando a colocou como estrela de uma de suas obras mais geniais, “Um Corpo que Cai” (Vertigo), de 1958, restaurado em 1996 e facilmente encontrado nas locadoras, e que é sempre uma ótima opção, já que é considerado um dos maiores filmes de todos os tempos.
Em “Servidão Humana”, o amor não chega como uma droga salvadora, como em “Amor e Outras Drogas”. Nesse drama ele chega como uma doença, um mal que envenena o coração do estudante de medicina Philip Carey e o faz sofrer terrivelmente pela paixão que alimenta por uma garçonete, Mildred Rogers. A dor de Philip, as humilhações por que passa em nome dessa paixão e a decadência de Mildred, provocada pela vida que leva, por causa de um impulso incontrolável, são elementos que dão enorme carga dramática à história, razão do sucesso do livro e das várias versões para o cinema.
“Qualquer maneira de amor vale a pena”, diz a canção popular. Aqui estão exemplos dessas formas de amor, dessas maneiras de amar e é isso que podemos avaliar indo ao cinema para ver “Amor e Outras Drogas”, história delicada entre um conquistador e uma jovem doente do Mal de Parkinson, ou alugando ou comprando “Servidão Humana”, onde um amor que machuca e escraviza pode nos ensinar a procurar uma vacina ou uma droga contra ele.... ainda que assim ele valha muito a pena!
O AMOR É UMA DROGA QUE CURA OU ENVENENA?
Por José Farid Zaine
farid@limeira.com.br
twitter: @faridzaine
Comédia romântica ou drama? No caso de “Amor e Outras Drogas”, em exibição nos cinemas, os dois. A dupla Jake Gyllenhaal e Anne Hataway protagoniza, neste filme de Edward Zwick, um casal à procura de se ajustar às condições que a vida lhe coloca. Jamie é um conquistador, um Dom Juan que se atira a uma cotidiana tarefa de colecionar mulheres e fazer sexo, muito sexo. Ele é vendedor de uma grande empresa de produtos farmacêuticos e coloca como objetivo de sua carreira transformar-se no mais bem sucedido representante dela. Um dia encontra Maggie, uma bela e sensual mulher com quem começa um relacionamento intenso. Ela tem Mal de Parkinson, no estágio 1, e outros problemas de saúde. Conduzir a vida dos dois e de seus interesses é o tema do filme, que toca também de forma clara sobre o poder da indústria farmacêutica sobre os médicos.
“Amor e Outras Drogas” trata de remédios, da busca da cura, da procura pela felicidade. Que droga poderia ser mais poderosa que o amor? A resposta vem no desenrolar do romance entre Maggie e Jamie, mostrado com leveza, humor e doses bem toleradas de emoção. Anne Hataway e Jake Gyllenhaal funcionam perfeitamente como casal. As cenas de sexo são bonitas, bem fotografadas e, embora tórridas, nem de perto resvalam no mau gosto, valorizando o erotismo com delicadeza e descontração. Eles já foram marido e mulher no cinema, mas em uma situação completamente diferente. Isso se deu no magnífico “O Segredo de Brokeback Mountain”, de Ang Lee, em que Anne fez a esposa de Jack, o cowboy apaixonado por Ennis Del Mar, o grande papel de Heath Ledger, morto precocemente em 2008. Em “Brokeback Mountain” sabia-se durante todo o tempo que se tratava de um caso que nunca daria certo, por conta do relacionamento existente entre os dois amigos, e que perdurava com maior intensidade durante o período em que ambos estiveram casados com esposas que não amavam. Em “Amor e Outras Drogas”, o amor vem como uma droga salvadora, não para exterminar o mal de Parkinson de Maggie, mas como revelação de que a vida pode ser surpreendente e generosa nas ofertas de possibilidades que ela nos dá .
Edward Zwick tem uma filmografia relativamente pequena, mas daí podemos pinçar o ótimo “Diamante de Sangue”, com Leonardo DiCaprio, e a saga “Lendas da Paixão”, sucesso popular com Brad Pitt.
“Amor e Outras Drogas” é ótimo para se ver no cinema, mas com certeza fará enorme sucesso nas locadoras quando for lançado em Blu-Ray e DVD, o que deve acontecer brevemente. Como sempre prefiro ver tudo no cinema, recomendo que as pessoas abandonem um pouco a sala de estar para curtirem esse bom filme. Mas se o caso for ficar em casa, então que tal procurar um clássico nas prateleiras das locadoras ou num site de vendas de filmes pela internet? Recomendo, neste caso, “ Servidão Humana” (Of Human Bondage), dirigido por Ken Hugles e inspirado no livro homônimo de William Somerset Maugham, um dos romances mais traduzidos no mundo, e que teve várias versões para o cinema. Esta de que falo é a de 1964, com Kim Novak e Laurence Harvey, em preto e branco. Kim está no esplendor de sua beleza, e aí podemos ver porque o mestre Hitchcock tinha ficado tão fascinado por ela (ele era obcecado por louras) quando a colocou como estrela de uma de suas obras mais geniais, “Um Corpo que Cai” (Vertigo), de 1958, restaurado em 1996 e facilmente encontrado nas locadoras, e que é sempre uma ótima opção, já que é considerado um dos maiores filmes de todos os tempos.
Em “Servidão Humana”, o amor não chega como uma droga salvadora, como em “Amor e Outras Drogas”. Nesse drama ele chega como uma doença, um mal que envenena o coração do estudante de medicina Philip Carey e o faz sofrer terrivelmente pela paixão que alimenta por uma garçonete, Mildred Rogers. A dor de Philip, as humilhações por que passa em nome dessa paixão e a decadência de Mildred, provocada pela vida que leva, por causa de um impulso incontrolável, são elementos que dão enorme carga dramática à história, razão do sucesso do livro e das várias versões para o cinema.
“Qualquer maneira de amor vale a pena”, diz a canção popular. Aqui estão exemplos dessas formas de amor, dessas maneiras de amar e é isso que podemos avaliar indo ao cinema para ver “Amor e Outras Drogas”, história delicada entre um conquistador e uma jovem doente do Mal de Parkinson, ou alugando ou comprando “Servidão Humana”, onde um amor que machuca e escraviza pode nos ensinar a procurar uma vacina ou uma droga contra ele.... ainda que assim ele valha muito a pena!
Assessoria Parlamentar do Vereador José Farid Zaine (PDT)
Nenhum comentário:
Postar um comentário