Por José Farid Zaine
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Outubro é um mês especial para estreias de filmes nos cinemas e lançamentos nas locadoras. Primeiro, porque é o mês da criança, cujo dia foi comemorado no dia 12, mesma data em que se festeja o dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Por outro lado, é também o mês das bruxas, cujo ápice das comemorações acontece no dia 31, o famigerado Halloween, estranha tradição importada dos Estados Unidos.
Numa sacada muito inteligente, a Sony Pictures fundiu duas coisas: o terror cômico e a animação destinada às crianças, com tempero suficiente para agradar aos pais, tios, etc. num filme para a família toda, que deve abocanhar milhões de dólares nas bilheterias. Trata-se de “Hotel Transilvânia”, estreado na semana passada em todo o Brasil e já conquistando um lugar entre os blockbusters do ano.
As animações têm feito a festa dos grandes estúdios, a ponto de surgirem grandes produtoras para ameaçar a hegemonia da Disney. Foi o caso da Pixar, com seus megassucessos como “Toy Story”, “Monstros S/A”, “Procurando Nemo”, “Carros” e “Ratatouille”, abrindo-se espaço num ramo altamente lucrativo e em expansão na indústria cinematográfica. Agora as duas estão juntas. O uso adequado e o aperfeiçoamento da tecnologia 3D contribuiu muito para tornar mais sofisticadas e fascinantes as produções de animação. Roteiros modernos e inteligentes também deram uma grande arejada no gênero. “Hotel Transilvânia” é um ótimo exemplo de como combinar uma boa história com técnica irrepreensível, ritmo perfeito e uso apropriado de personagens muito conhecidas. O enredo é baseado no fato de que o Conde Drácula, após a perda trágica da esposa, resolve reformar seu castelo e transformá-lo num resort, um hotel luxuoso para abrigar monstros que querem a paz da distância dos seres humanos; sua filha, Mavis, completa 118 anos, e para celebrar essa “passagem para a vida adulta”, uma grande festa é preparada. Claro, ninguém contava com a presença de um humano, nem que ele viesse para conquistar o coração de Mavis. Isso é apenas um bom começo para uma divertida e movimentada aventura.
Outro filme que vem procurar o filão infantil do mês da criança é “Procurando Nemo 3D”, agora reformulado pelas três dimensões, ganhando um atrativo extra muito merecido, já que é uma das melhores animações já realizadas.
Não deu pra ser em outubro, mas a previsão de estreia de outra animação que vai dar o que falar ficou para o comecinho de novembro. É outra mistura de terror com humor com a marca do sempre polêmico, original e criativo Tim Burton. Falo de “Frankenweenie”, que deve estrear no feriado de finados, o que não será mera coincidência...
TERROR
“Chernobyl” chega às locadoras, após ser bombardeado pela crítica. Parece mesmo horripilante a ideia de usar um dos maiores desastres nucleares já vistos como tema de um filme de terror para adolescentes. Tem seus fãs, contudo.
Nos cinemas, na semana passada estreou “A Entidade” (Sinister), estrelado por Ethan Hawke e dirigido por Scott Derrickson, que tem no currículo coisas muito boas como “O Exorcismo de Emily Rose”. “A Entidade”, lançamento apropriado para o mês das bruxas, também deve ter sido vítima de alguma maldição: o filme é previsível, usa e abusa de clichês, tem algumas – poucas – sacadas interessantes, provoca um e outro susto e fica por aí. A história é a de um escritor que precisa produzir um novo livro e se muda com a mulher e os filhos para uma casa onde foi assassinada toda uma família. Lá, através de filmes que lhe são deixados, ele consegue conexão com outros crimes semelhantes e começa a perceber que algo nada natural está por trás de tudo. “A Entidade” tem a pretensão de ser daqueles terrores inteligentes com final surpreendente, mas passa longe disso.
“Chernobyl” em casa e “A Entidade” nos cinemas são pratos para quem tem estômago forte e paciência, muita paciência.
Já no plano religioso, outubro festeja o dia da Padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Para quem quer ver algo a respeito, há o filme de Tizuka Yamasaki, “Aparecida – o Milagre”, disponível nas locadoras. O longa tem Murilo Rosa, Maria Fernanda Cândido e Leona Cavalli no elenco e não foi bem de público nem de crítica. Dá pra ver, mas Nossa Senhora Aparecida merecia coisa melhor.
Bem, aí foram algumas dicas sobre lançamentos que marcam outubro, um mês de amenidades deliciosas e terrores dispensáveis.
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