sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

“O HOBBIT”... E PETER JACKSON ALÉM DA TERRA MÉDIA

Por José Farid Zaine
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Uma das estreias cinematográficas mais aguardadas do ano acontece hoje em todo o Brasil: desde os primeiros minutos da madrugada desta sexta-feira, quando foram exibidas as pré-estreias, centenas de salas oferecem o que o público estava ansioso para ver: “O Hobbit – Uma Viagem Inesperada”, o início de mais uma trilogia dirigida por Peter Jackson, depois do estrondoso sucesso mundial da primeira, “O Senhor dos Anéis”, com “A Sociedade do Anel” em 2002, “As Duas Torres” em 2003 e “O Retorno do Rei” em 2004.


O autor dos livros que se transformaram em enormes best-sellers, JRR Tolkien, escreveu primeiro “O Hobbit”, em 1937, considerado um prelúdio para a saga “O Senhor dos Anéis”, que viria a ser publicada somente em 1954, com “A Sociedade do Anel” e “As Duas Torres” e em 1955, com a última parte, “O Retorno do Rei”.

Com todo o alvoroço da estreia, não é apenas hoje que as salas passam a ser invadidas pelas personagens fantásticas de Tolkien e pelos arrebatadores cenários concebidos por Jackson e sua equipe: desde terça-feira, muitos cinemas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Niterói, Salvador e Porto Alegre dedicaram-se a uma maratona “preparatória” destinada aos fãs ardorosos da saga e aos novos adeptos, influenciados por uma história de sucesso no cinema iniciada em 2002.

Nunca uma trilogia foi tão bem sucedida no Oscar. Os três filmes da série “O Senhor dos Anéis” somam 30 indicações e 17 Oscars conquistados:

2002: “A Sociedade do Anel” obteve 13 indicações e ganhou 4 prêmios;

2003: “As Duas Torres” obteve 6 indicações e levou 2 Oscars;

2004: “O Retorno do Rei” obteve 11 indicações e ganhou em todas as categorias, ficando esta última parte da trilogia igualada no record de Oscars até então mantido por “Ben-Hur” (1959) e “Titanic” (1997). O record de indicações continua com o empate entre “Titanic” e “A Malvada” (All About Eve): 14!

Tratando-se de um filme de aventura e fantasia dirigido por Peter Jackson, o que se esperava de “O Hobbit” era um grande esmero visual, com efeitos fabulosos, agora com o uso da tecnologia 3D, ausente na trilogia inicial, acrescentando-se ainda uma filmagem em altíssima definição, que deu ao filme um aspecto de inusitada beleza de imagens. A história inicial de Bilbo Bolseiro, seu encontro com Gollum e as perigosas viagens pelas surpresas da Terra Média tem seu primeiro encontro com o público a partir de hoje, prossegue em dezembro de 2013, com o lançamento do segundo filme dessa trilogia e termina em julho de 2014, quando o terceiro e último será lançado.

Faces conhecidas continuam presentes em “O Hobbit”, através das personagens vividas por Ian McKellen, Ian Holm, Cate Blanchett, Orlando Bloom e Elijah Wood, entre outros.

PETER JACKSON ALÉM DA TERRA MÉDIA
Para quem associa o nome do diretor neozelandês apenas às extremamente marcantes partes de “O Senhor dos Anéis”, é interessante conhecer outros filmes dirigidos por ele, todos disponíveis nas locadoras. Um deles não foge à regra dos blockbusters, superproduções de orçamento milionário: é “King Kong”, de 2005, refilmagem do ultraclássico de 1933, que já teve outra versão em 1976, dirigida por John Guillermin. No primeiro, o monstro que abraçava o Empire State assombrou o mundo, com efeitos visuais nunca vistos antes e que hoje parecem toscos e primários, mas que causaram uma revolução. A versão da década de 70 tentou sofisticar esses efeitos, usando inovadores recursos tecnológicos, ganhou o Oscar de efeitos visuais, mas deve apenas ser lembrada por apresentar ao mundo a grande atriz que é Jessica Lange. Justificar uma terceira versão de “King Kong” era mostrar, mais do que tudo, o poder da computação gráfica e dos recursos da era das ferramentas virtuais. E Peter Jackson fez seu filme valer por isso.

Há um Jackson fora das aventuras mirabolantes, e ele está presente em dramas de suspense e terror, como o recente e mal falado “Um Olhar do Paraíso” (The Lovely Bones), com Saoirse Ronan, Rachel Weisz e Mark Wahlberg, de 2010, e o ótimo “Almas Gêmeas”(Heavenly Creatures), de 1994, com Kate Winslet no início de sua gloriosa carreira!

Bom, pra hoje o que temos é “O Hobbit”, para que os fãs de Tolkien vejam se valeu a pena transformar o livro em três filmes...e para a próxima sexta Ang Lee nos trará “As aventuras de Pi”( Life of Pi)! Peter Jackson e Ang Lee nos dão um natal cinematográfico cheio de monstros, abismos, florestas assustadoras, oceanos imprevisíveis, tigres famintos, meninos corajosos e muito, muito encantamento!

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