sexta-feira, 27 de julho de 2012

TIME DE CRAQUES BRASILEIROS BRILHA LÁ FORA

Por José Farid Zaine
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Bem, que time seria esse? A seleção brasileira sob o comando de Mano Menezes, procurando fazer uma imagem especial em tempos de preparação para a Copa de 2014? Ou seria o Corinthians, preparando-se para ser o Campeão Mundial de Clubes, depois da histórica conquista da Libertadores? Quem sabe as vendas milionárias de nossos jogadores para o Milan, Real Madrid e outros times poderosos? Não, não mudei de ramo e passei a falar de futebol. O time de craques a que me refiro é composto por cineastas, diretores brasileiros com talento reconhecido e que são chamados para dirigirem filmes em Hollywood e outras praias.  A lista está ficando cada vez maior, e podemos conferir o talento deles vendo os filmes que fizeram aqui e os que fizeram fora do país.



HEITOR DHALIA: o jovem diretor de “O Cheiro do Ralo” e “À Deriva” foi convidado para dirigir um thriller nos EUA, “12 Horas” (Gone), que chega agora às locadoras. O filme tem no elenco uma das queridinhas atuais de Hollywood, Amanda Seyfried, figurinha fácil em sucessos populares nos últimos anos. O que Dhalia fez no Brasil é muito melhor do que este drama de suspense, sobre um serial killer, igual a tantos outros do gênero. Eu esperava algo bem melhor, por conta do histórico do diretor. Imaginava que ele ousaria e  que, de sua criatividade, surgisse um filme diferente dos produzidos e dirigidos por americanos dentro desse gênero tão cultivado. No entanto, “12 Horas” resulta num filme de suspense bem comum.  Não é ruim, vai agradar aos fãs do gênero, mas nosso Heitor Dhalia fica devendo, em se tratando de dirigir na Meca do cinema. Fica nosso orgulho, claro, por ele ter sido convidado e entrado no time dos diretores brasileiros requisitados.

WALTER SALLES: Entrou em cartaz nos cinemas, na semana passada, “Na Estrada” (On The Road), baseado no best-seller de Jack Kerouac, cultuado por toda uma geração. O filme foi selecionado  para o Festival de Cannes, de onde saiu sem prêmios, mas reforçando o prestígio de um dos melhores diretores brasileiros da atualidade. Em “Na Estrada”,  Salles dirigiu nada mais, nada menos que a superstar Kristen Stewart, uma das mais bem pagas atrizes de Hollywood atualmente, marca do sucesso da saga “Crepúsculo”.  Para quem torcer o nariz para “Na Estrada”, como fizeram alguns críticos, basta ver preciosidades dirigidas por Walter Salles, e que se encontram nas locadoras. O melhor, claro, é o já clássico “Central do Brasil”, belíssimo drama, um autêntico “road movie” brasileiro que recebeu dezenas de prêmios no mundo todo e perdeu o Oscar para o italiano “A Vida é Bela”, naquela noite triste, porque “Central” merecia ganhar, assim como Fernanda Montenegro.  Walter Salles ainda assina preciosidades como “Terra Estrangeira” e o magnífico “Abril Despedaçado”. Ele só não precisava ter no currículo o longa “Água Negra”, refilmagem americana do terror japonês do mesmo nome.



FERNANDO MEIRELLES: Depois do furor causado por ”Cidade de Deus”, indicado ao Oscar em 4 categorias, incluindo a de Melhor Diretor, Meirelles foi imediatamente reconhecido no mundo inteiro. Ele é hoje um dos nossos talentos brasileiros mais solicitados no exterior. Dirigiu o ótimo “O Jardineiro Fiel”  (The Constant Gardener), com Ralph Fiennes e Rachel Weisz, que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por esse trabalho. Um orgulho foi ver Meirelles assinando a direção de “Ensaio Sobre a Cegueira”, baseado na obra-prima de Saramago, estrelado por Julianne Moore e Mark Ruffalo, um dos super-herois do blockbuster “Os Vingadores”.

CARLOS SALDANHA: Diretor do exuberante “Rio”, animação que projetou uma imagem positiva do Rio de Janeiro no mundo todo, Saldanha chegou aos EUA concretizando uma façanha gigantesca, a de se meter entre os mais abusados e conceituados criadores de animações, uma praia dominada por americanos: ele dirigiu a trilogia “A Era do Gelo”, uma das mais rendosas da história. O quarto título está nos cinemas, “A Era do Gelo 4”, mas não leva a assinatura dele como diretor.

E ainda precisaríamos falar de Bruno Barreto, o que está há mais tempo filmando fora, além do nosso genial argentino naturalizado brasileiro, diretor de joias como “O Beijo da Mulher Aranha”, com Sonia Braga e Raul Julia e que deu o Oscar para William Hurt. Seu melhor trabalho por lá foi, sem dúvida, o maravilhoso “Ironweed”, com atuações espetaculares de Jack Nicholson e Meryl Streep. E mais: Andrucha Waddington na Espanha no comando de “LOPE”, e nosso Vicente Amorim dirigindo o superstar Viggo Mortensen em “Um Homem Bom” (Good).

Sim, nem só de bola nos pés vivem os craques brasileiros!

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