quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Repercussão 10



Nesse sábado, 4 de setembro, na Gazeta de Limeira, a coluna “CineArte” abordou o filme Doutor Jivago. O texto, de José Farid Zaine, está disponível na íntegra abaixo:


AMORES CLANDESTINOS

Por José Farid Zaine
farid@limeira.com.br

@faridzaine

Filmes em Blu-ray, a tecnologia pós-DVD, não param de chegar às locadoras. E sempre que surge uma novidade, uma nova mídia, somos tentados a querer ver tudo com melhor qualidade, como se anuncia. É o consumismo. Por outro lado, a perenidade das obras cinematográficas está ligada às conquistas tecnológicas, que nos permitem preservá-las pela utilização dos recursos mais modernos. Filmes em VHS, alguém ainda vê? Em que estado estão os que tínhamos em nossas prateleiras? Bem, a enorme caixa que eu tinha com as duas partes de “Doutor Jivago”, estão dormindo num armário. Mas o filme ressurge, novo e maravilhoso, como se tivesse sido limpo, lustrado, e vê-lo na sala de nossas casas, agora, pode trazer de volta um enorme prazer que foi assistir a esse magnífico espetáculo nas telas dos cinemas, e descobrir que pode apaixonar uma geração que não o conheceu. Pois agora está sendo lançado DOUTOR JIVAGO em Blu-ray, um filme de 1965, do grande David Lean, baseado na obra de Boris Pasternak. A apaixonante história de Yuri Jivago (Omar Sharif) médico e poeta, e seu amor por Lara ( Julie Christie, no auge da beleza), em meio à paisagem deslumbrante de Varykino, ao som do Tema de Lara, de Maurice Jarre, encantou milhões pelo mundo todo. A Guerra e a Revolução Russa acompanham a paixão e o sofrimento de Lara e Jivago, ele casado com a doce Tonya (Geraldine Chaplin), ela com um amante canalha (Rod Steiger), e ambos apenas com o desejo de se isolarem do mundo para viver seu amor. O filme conquistou cinco Oscars em 1965 – roteiro adaptado, direção de arte, fotografia, figurino e trilha sonora - perdendo o principal para “A Noviça Rebelde”, e está presente em quase todas as listas dos 100 melhores filmes de todos os tempos.

Outro lançamento, este de um filme bem recente, de 2009, nos leva a outro pungente drama de amor, agora sem guerras aparentes.A história se passa em 1962 e narra o drama de um professor que perde seu grande amor e precisa continuar uma vida de aparências, posto que esse amor era outro homem, e a carga de preconceito no início dos anos 1960 não era pequena. Colin Firth nos leva para o mundo do Prof. George Falconer, para sua intimidade, através de uma interpretação arrebatadora, indicada ao Oscar. Estou falando de “Direito de Amar”, título bem impróprio para “A Single Man”, de Tom Ford, em sua primeira direção. De enorme beleza plástica e com excepcional direção de arte, o filme traz ainda Julianne Moore, uma atriz sempre completa e cada vez melhor.

A clandestinidade estará reservada às grandes paixões? Haverá histórias de amor sem sofrimento? O cinema, desde seu primórdio, adotou esses temas, e nos deu ao longo do tempo, como nos dá agora, obras-primas que sempre serão eternas.

Tirei o título deste artigo de um melodrama de Delmer Daves de 1959. Naquele ano estourava nas bilheterias de todo o mundo “A Summer Place”, que aqui foi traduzido para “Amores Clandestinos”, que agora pode ser saboreado graças ao DVD. Nesse filme temos a história da tórrida paixão entre dois jovens vividos por Sandra Dee e Troy Donahue, grande ídolo da época, celebrizado por “O Candelabro Italiano” (Rome Adventure), também de Delmer Daves.

O DVD e o Blu-ray escancaram a beleza desses filmes, e eles constituem ótima opção para deliciosas sessões caseiras. Com eles, seja revisitando clássicos ou conhecendo lançamentos, mergulharemos em histórias de amores intensos, dramáticos, desenrolando seus novelos para compreender as razões de sua clandestinidade.


Assessoria Parlamentar do Vereador José Farid Zaine (PDT)

Um comentário:

  1. Viva a tecnologia. Você lembra dos arquivos que pegavam fogo! Quanta coisa já se perdeu, não! E, por falar, em coisas que se perdem... Tema de Lara, hit do Doutor Jivago (ai como é lindo!), é para mim música de cinema. Era sempre essa música que tocava no Cine Vitória antes de a projeção começar.

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