segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Repercussão




Nesse sábado, 18 de setembro, na Gazeta de Limeira, a coluna “CineArte” abordou os musicais da Broadway. O texto, de José Farid Zaine, está disponível na íntegra abaixo:

BROADWAY NA SALA DE ESTAR

Por José Farid Zaine
farid@limeira.com.br
twitter.com/faridzaine


Musical, no cinema ou no teatro, é tudo de bom. O gênero marcou época no cinema, atingindo seu auge nos anos 40 e 50, principalmente através dos célebres musicais da metro. Inesquecíveis momentos de puro deleite, música maravilhosa, coreografias espetaculares marcarão para sempre a história do cinema. A Broadway sempre foi uma grande fornecedora de musicais magníficos, e ainda hoje o é. Os brasileiros que amam o gênero no teatro, agora podem ver os mesmos espetáculos que deslumbram a Broadway em São Paulo ou no Rio, mas principalmente em São Paulo, que foi o palco nos últimos dez anos da explosão dos musicais no país, atraiu milhares de espectadores e tem produções na fila nos poucos grandes teatros equipados para receber obras de grandes dimensões cenográficas e exigências técnicas.

Já que neste fim de semana começa o Festival Nacional de Teatro de Limeira, vamos reservar as noites para o teatro, e guardar as tardes para curtir musicais que vieram do teatro. Um deles é “Nine”, cuja história começou no cinema magistral de Federico Fellini com uma das maiores obras cinematográficas de todos os tempos, “Fellini 8 e meio”; este virou o musical “Nine” nos palcos de Nova York e agora retorna ao cinema no filme de Rob Marshal, o mesmo de “Chicago”, que ganhou 6 Oscars, incluindo o de melhor filme. A música, em Nine, não é lá essas coisas. Mas porque eu estaria recomendando um musical em que justamente a música “não é lá essas coisas”? Parece um paradoxo, mas eu explico: o filme pode ser visto com tranqüilidade, porque tem muitas qualidades. Começa pela presença de Daniel Day Lewis, sempre um grande ator. Ele faz Guido, que no filme “8 e meio” era interpretado por simplesmente um dos maiores atores de todos os tempos, Marcello Mastroianni. Se for pra comparar, melhor mesmo é correr pra ver a fonte inspiradora... “Nine” tem também a presença magnética de Sophia Loren, uma das mais belas atrizes de todas as épocas, símbolo da sensualidade da mulher italiana. Ela está lá, viva, inteira, com todas as marcas dos seus 76 anos, como a dizer para Penélope Cruz: “Eu sou você amanhã”...Penélope, linda, fogosa, excelente atriz, carrega boa parte do interesse por “Nine”. Depois, temos também Nicole Kidman, e a grande Marion Cotillard, que ainda não desvinculamos de “Piaf”. O filme é um pouco sisudo, mas dá pra ver numa boa. Depois, é pegar a pipoca e o refrigerante, porque la vem leveza e puro divertimento: “Mamma Mia”, também saiu dos palcos para a tela, e logo virou um sucesso extraordinário de público, tanto nos cinemas como na venda dos DVDs. Na verdade, “Mamma Mia” não saiu dos palcos, porque continua em cartaz em Londres, onde foi lançado,e em Nova York. História simpática de garota que, pronta para se casar, deseja saber qual dos três ex-namorados da mãe é seu pai, e os convida para o casamento. Tudo é construído em torno das músicas do ABBA, grupo sueco de enorme sucesso popular em todo o mundo nos anos 1970, principalmente na Austrália, mas cuja música persiste e arrebata platéias de todas as idades, em todos os lugares. Grécia com fotografia que focaliza seus aspectos turísticos, com ilha paradisíaca, coreografias interessantes pelo uso da música do ABBA como roteiro, a originalidade e quase estranheza de vermos Pierce Brosnan, Stellan Skarsgard e Colin Firth num musical, mas sobretudo Meryl Streep, são temperos que garantem sabor ao filme. Meryl, a maior de todas as atrizes de seu tempo, leve e solta numa comédia musical despretenciosa, interpreta a mãe da garota que vai se casar, essa vivida pela belíssima Amanda Seyfrid. Muita confusão, muita dança, muita coreografia num cenário de cartão postal permanente, ao som do ABBA, fazem a delícia de uma sessão da tarde. Imaginem todos esses elementos misturados como ingredientes para editar “Dancing Queen”... Mas o melhor é ver e ouvir Meryl Streep na cena em que canta “The Winner Takes it all”. Já vale o filme todo.

Divirtam-se com “Nine”, de Rob Marshall, e “Mamma Mia”, de Phyllida Lloyd.

Para quem curte o ABBA, “Mamma Mia”, no Blu-ray ou DVD, será apenas uma preparação: Em novembro, em São Paulo, no Teatro Abril, templo dos grandes musicais com talentos nacionais, vai estrear o musical homônimo, na nossa Broadway brasileira. A gente se encontra na fila...

Assessoria Parlamentar do Vereador José Farid Zaine (PDT)

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