sexta-feira, 15 de junho de 2012

PROMETHEUS


Por José Farid Zaine
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Ridley Scott volta a ser notícia no mundo todo com o lançamento de um dos mais aguardados filmes do ano: “PROMETHEUS”, marcando a volta do diretor ao gênero ficção científica, que ele ajudou a dignificar com dois já grandes clássicos dessa praia: “Alien, O Oitavo Passageiro”, de 1979, e “Blade Runner- O Caçador de Androides”, de 1982. “Prometheus” chega como um filme independente, novo, mas umbilicalmente ligado a “Alien”, do qual ele pode ser visto como uma espécie de prólogo. Em “Alien” surgia a Tenente Ripley, papel que projetou mundialmente a atriz Sigourney Weaver, em um filme que revolucionava a imagem de monstros extraterrestres.



“Prometheus” é ousado em sua proposta de procurar a origem do homem na Terra, tema principal dessa nova história. Uma busca por revelações sobre o surgimento da vida humana no nosso planeta é que leva a nave “Prometheus” ao espaço, mais precisamente à lua LV-223. Aventura vertiginosa, sustos e perigos, monstros gelatinosos, paisagens assustadoras, tudo está presente para alívio dos fãs do gênero. Um visual arrebatador consegue prender o espectador o tempo todo, assim como os efeitos visuais, na medida, tudo conduzido por ótima trilha sonora.

Ridley Scott trabalhou por muitos anos na ideia de “Prometheus”, feito três décadas após seus filmes de ficção científica mais famosos. Ele pesquisou as personagens e obteve grande êxito na escolha de algumas delas. A mais impactante é a vivida por Michael Fassbender, um androide esportista, culto e extremamente frio. Ele é David, que adora ver “Lawrence da Arabia”, e é a cara de Peter O´Toole quando interpretou essa obra-prima de David Lean. Grande sacada. David, o androide, repete frases ditas por Lawrence, e é estranho, mas fascinante, ver um robô, no ano de 2094, assistir a um filme da década de 1960, belíssimo, vencedor de 7 Oscar e um dos maiores de todos os tempos.

A Ripley da hora é interpretada por Noomi Rapace, atriz de sorte. Ridley Scott adorou a versão original, sueca, de “Millenium – O homem que não amava as mulheres”, em que ela fazia a estranha garota tatuada e cheia de piercings. Convidou Noomi para interpretar a cientista Elizabeth Shaw, e ela deu conta do recado. A cena protagonizada por ela, de uma inusitada cesariana, é uma das grandes marcas de “Prometheus”. Outra forte presença feminina é a de Charlize Theron, belíssima como Meredith Vickers. Aliás, Charlize está deslumbrante em outro filme que está em cartaz, “Branca de Neve e o Caçador”, em que ela rouba a cena o tempo todo.

Uma invejável filmografia - Para quem for ao cinema ver “Prometheus”, em cartaz em todo o país a partir de hoje, vão algumas dicas para se conhecer melhor a obra desse magnífico diretor. Ridley Scott fez grandes filmes. Um deles não tem nada a ver com ficção científica, e é o ótimo “Thelma e Louise”, com uma dupla sensacional vivida por Susan Sarandon e Geena Davis e que revelou Brad Pitt, que teve aí seu ponto de partida para o estrelato.



Criador de “Alien – O Oitavo Passageiro”, Scott já teria inscrito seu nome na história do gênero por esse filme, mas sua obra máxima viria três anos depois com “Blade Runner- O Caçador de Androides”, um dos mais belos, instigantes, inteligentes e criativos filmes de todos os tempos. “Blade Runner” arrebatou as plateias do mundo inteiro com seu visual inovador e sua história extraordinária, onde convivem enigmas, violência e poesia. Até polêmicas surgiram, por conta de um desentendimento do diretor com a produção: ele não aceitou a versão final do estúdio, e mais tarde foi lançada a “versão do diretor” em vídeo. Filme obrigatório, não apenas para os fãs de ficção científica.

Um dos mais populares filmes de Ridley Scott é “Gladiador”, vencedor de 5 Oscar, entre eles o de melhor filme e melhor ator para Russel Crowe. Scott ficou na indicação para melhor diretor.

Ver parte da obra de Ridley Scott é muito importante, antes ou depois de “Prometheus”, pois todos só terão a ganhar.

E quem esperava a chegada de um filme espetacular, promessa de uma campanha publicitária milionária, não vai se decepcionar: “Prometheus” é um grande filme, até para quem sai pensando que é menor do que o esperado. Nesse caso, o tempo dirá o contrário. O tempo tem sido generoso com a obra de Ridley Scott.

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