sexta-feira, 13 de abril de 2012

QUEM TEM MEDO DE JULIA ROBERTS?



Por José Farid Zaine
farid.cultura@uol.com.br
Twitter @faridzaine
Facebook: Farid Zaine




No filme “Espelho, Espelho Meu” (Mirror, Mirror), em cartaz nos cinemas, Julia Roberts é a rainha má, a que se transforma em bruxa!!! Dá para acreditar? Pois ela é a melhor coisa dessa bobagem dirigida pelo indiano Tarsem Singh, que já fez “A Cela”, aquele filme esquisitíssimo com Jennifer Lopez,e o recente épico “Imortais”, um dos piores do gênero. De um diretor pouco dado a sutilezas, não era de se esperar grande coisa. Em “Espelho, Espelho Meu” ele vem com uma versão de uma das mais consagradas histórias infantis dos Irmãos Grimm, “Branca de Neve e os Sete Anões”, conhecidíssima e amada, principalmente pelo desenho de 1937, que até hoje permanece como um dos mais vistos. A parte do filme que mais funciona é justamente a que é vivida por Julia Roberts. No papel da rainha má, que precisa se livrar da rival Branca de Neve e se casar com o Príncipe, principalmente porque o reino vai mal das finanças, ela se sai bem. Com sua beleza clássica, a famosa boca, ela dá o tom perfeito para a personagem. Lily Collins, jovem e bonitinha, faz uma “Branca” sonsa, que nunca convence em seus lances de mulher moderna, feminista, longe dos padrões da princesinha, às voltas com seus protegidos e protetores, 7 anões grosseiros e ladrões e, o pior de tudo, sem graça. Na pele de um príncipe abobalhado, o alto e bonitão Armie Hammer é um dos poucos que se sai bem, garantindo os raros momentos de humor do filme.

“Espelho, Espelho Meu” tem atraído bom público, mas é Julia Roberts a causa desse relativo sucesso popular. Ela é sempre uma garantia de boas bilheterias, razão pela qual se tornou um dos mais altos salários de Hollywood.

Quem quiser conferir a atuação dela no filme que está em cartaz nos cinemas, se desprezar a cota de mau gosto do diretor, poderá até se divertir, principalmente curtindo o que o filme tem de melhor, que é sua presença.

Julia Roiberts tem uma filmografia invejável, pela quantidade de filmes que fez. Alguns marcaram profundamente a história do cinema moderno, principalmente o megassucesso “Uma Linda mulher” (Pretty Woman), que ela fez com Richard Gere em 1990, dirigido por Garry Marshall. Esse par encantou as plateias do mundo inteiro, ao abordar, na forma de uma comédia romântica açucarada e embalada por tema musical que “gruda” nos ouvidos, o envolvimento de um executivo bem sucedido com uma garota de programa, dessas que precisariam ser educadas para frequentar lugares finos. Sem outra pretensão que não seja divertir e provocar suspiros, o filme cumpriu tão bem seu papel que é até hoje uma referência entre as comédias do gênero, continuando firme na programação das TVs abertas e por assinatura.

Outro sucesso marcante, que também pode ser revisto para uma análise da evolução de Julia Roberts, é “Flores de Aço”(Steel Magnolias), de Herbert Ross, de 1989, pelo qual foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante e vencedora do Globo de Ouro nessa categoria, frequentador assíduo das chamadas “semanas da mulher” que acontecem todo ano, no mês de março, já que no dia 8 desse mês se comemora do Dia Internacional da Mulher.

Uma linda mulher como Julia, claro, precisava de um veículo para demonstrar ao mundo seu talento de atriz. Na verdade, ela é bem talentosa, e sua composição como a destemida “Erin Brockovich”, personagem do filme homônimo de 2000, dirigido por Steven Soderbergh, deu-lhe o Oscar de Melhor Atriz. Vale a pena uma revisão dessa obra bastante interessante, carregada pelo charme e pela força de Julia.

Mais um grande momento de Julia é o filme “Closer – Perto Demais”, de 2004, dirigido por Mike Nichols. Longe de ser uma bruxa ou uma rainha má, ela demonstra porque é capaz de despertar tórridas paixões.

No cinema, no atual sucesso “Espelho, Espelho Meu”, ou em dezenas de DVDs ou Blu-Rays, Julia Roberts nos espera com aquele seu ar sempre convidativo. Alguém resistirá a dar uma mordida numa maçã que venha oferecida por tal bruxa?

Nenhum comentário:

Postar um comentário