MÚSICA ETERNA
José Farid Zaine
farid@limeira.com.br
2010 marca dois dos mais significativos centenários de nascimento de artistas brasileiros: Adoniran Barbosa e Noel Rosa! 1910 foi um ano mágico, ao trazer à luz duas das mais brilhantes inteligências do cenário artístico brasileiro, que influenciaram gerações de compositores e intérpretes de nossa música popular. Bem, na verdade Adoniran Barbosa, nascido João Rubinato, em Valinhos, teria tido sua data de nascimento alterada para 1910, para que pudesse arrumar trabalho, já que o ano correto de seu nascimento seria 1912. Não importa. Sempre será o tempo de relembrarmos e comemorarmos o fato dele ter existido.
Adoniran Barbosa foi, de fato, o nome de uma personagem criada por João Rubinato, mas que marcou tanto que acabou ficando como o nome nacionalmente conhecido do compositor.
Lembro-me de um especial feito para a TV, em que Elis Regina aparecia, na mesa de um bar, cantando Tiro Ao Álvaro, uma das mais deliciosas composições de Adoniran. Não poderia haver melhor tradução para o espírito de suas músicas do que nossa maior cantora, com seu ar debochado e seu riso escancarado, glorificando e eternizando a música do nosso autêntico paulista. Não dá pra imaginar nossa MPB, em qualquer época desde que começaram a compor, sem Noel Rosa e Adoniran Barbosa.
Imagine a voz de Bethânia cantando “Três Apitos”, de Noel: não estão ali apenas a belíssima melodia e a letra maravilhosa, mas também o retrato do cotidiano de uma cidade e seu tempo... Tanto Adoniran quanto Noel captaram a alma do brasileiro com absoluto domínio, com total conhecimento de causa. Isso fica patente ao se constatar a longevidade de suas criações, cravada no imaginário e no coração de gente de todas as idades. Adoniran nos deu Trem Das Onze, Saudosa Maloca, As Mariposas, Tiro ao Álvaro...nem precisava mais, tal a qualidade dessas músicas eternas, mas ele fez mais, muitas outras preciosidades.
E da obra de Noel, o que dizer? O poeta da Vila, o jovem morto tão precocemente, antes de completar 27 anos, compôs tantas músicas que se tem a impressão de que ele viveu décadas a mais... Motivo de orgulho e reverência permanentes, Noel Rosa criou maravilhas como Fita Amarela, Com que Roupa, Conversa de Botequim, Último Desejo, Feitiço da Vila, Feitio de Oração... A lista é imensa!
Cem anos se passaram do nascimento de dois gênios da música popular brasileira. Música é uma das nossas paixões nacionais, e um dos dons do nosso povo que causam admiração no mundo inteiro.
Com o surgimento de novas tecnologias, sabemos que a obra desses dois boêmios geniais viverão eternamente. As canções saíram do universo dos “bolachões” negros para o brilho prateado dos CDs, e daqui pra frente sabe Deus em que formato chegarão às novas gerações. Mas chegarão. É o legado de um século para todos os que virão. A bênção, Adoniran! A bênção, Noel!
José Farid Zaine
farid@limeira.com.br
2010 marca dois dos mais significativos centenários de nascimento de artistas brasileiros: Adoniran Barbosa e Noel Rosa! 1910 foi um ano mágico, ao trazer à luz duas das mais brilhantes inteligências do cenário artístico brasileiro, que influenciaram gerações de compositores e intérpretes de nossa música popular. Bem, na verdade Adoniran Barbosa, nascido João Rubinato, em Valinhos, teria tido sua data de nascimento alterada para 1910, para que pudesse arrumar trabalho, já que o ano correto de seu nascimento seria 1912. Não importa. Sempre será o tempo de relembrarmos e comemorarmos o fato dele ter existido.
Adoniran Barbosa foi, de fato, o nome de uma personagem criada por João Rubinato, mas que marcou tanto que acabou ficando como o nome nacionalmente conhecido do compositor.
Lembro-me de um especial feito para a TV, em que Elis Regina aparecia, na mesa de um bar, cantando Tiro Ao Álvaro, uma das mais deliciosas composições de Adoniran. Não poderia haver melhor tradução para o espírito de suas músicas do que nossa maior cantora, com seu ar debochado e seu riso escancarado, glorificando e eternizando a música do nosso autêntico paulista. Não dá pra imaginar nossa MPB, em qualquer época desde que começaram a compor, sem Noel Rosa e Adoniran Barbosa.
Imagine a voz de Bethânia cantando “Três Apitos”, de Noel: não estão ali apenas a belíssima melodia e a letra maravilhosa, mas também o retrato do cotidiano de uma cidade e seu tempo... Tanto Adoniran quanto Noel captaram a alma do brasileiro com absoluto domínio, com total conhecimento de causa. Isso fica patente ao se constatar a longevidade de suas criações, cravada no imaginário e no coração de gente de todas as idades. Adoniran nos deu Trem Das Onze, Saudosa Maloca, As Mariposas, Tiro ao Álvaro...nem precisava mais, tal a qualidade dessas músicas eternas, mas ele fez mais, muitas outras preciosidades.
E da obra de Noel, o que dizer? O poeta da Vila, o jovem morto tão precocemente, antes de completar 27 anos, compôs tantas músicas que se tem a impressão de que ele viveu décadas a mais... Motivo de orgulho e reverência permanentes, Noel Rosa criou maravilhas como Fita Amarela, Com que Roupa, Conversa de Botequim, Último Desejo, Feitiço da Vila, Feitio de Oração... A lista é imensa!
Cem anos se passaram do nascimento de dois gênios da música popular brasileira. Música é uma das nossas paixões nacionais, e um dos dons do nosso povo que causam admiração no mundo inteiro.
Com o surgimento de novas tecnologias, sabemos que a obra desses dois boêmios geniais viverão eternamente. As canções saíram do universo dos “bolachões” negros para o brilho prateado dos CDs, e daqui pra frente sabe Deus em que formato chegarão às novas gerações. Mas chegarão. É o legado de um século para todos os que virão. A bênção, Adoniran! A bênção, Noel!
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