sexta-feira, 7 de maio de 2010

Para todas as mães
De autoria do professor José Farid Zaine


Eu poderia juntar todas as estrelas,
Os astros da noite, o brilho do universo,
E ainda assim não conseguiria
Colocar a tua luz no meu verso....

Eu poderia colher todas as rosas,
E ter comigo as cores de cada jardim
E não traduziria a flor do teu coração,
Que toda a vida entregaste para mim...

Foste apenas amor, carinho, doação
Teu colo foi meu conforto, minha alegria
E eu não consigo fazer uma canção,
Não consigo completar uma poesia

Que façam jus à tua história,
Que falem de ti e do meu afeto,
Que consigam revelar minha gratidão
E meu amor se mostre por completo

Penso em ti, minha mãe, que me deste a vida
E em quão bom é poder te abraçar
Como me conforta poder sempre ouvir
A tua forma doce de me abençoar

Penso nas mães separadas de seus filhos,
Destroçadas pelo sofrimento
De longe, vendo as guerras explodirem
Tornando mais cruel o seu tormento

Vejo mães enfrentando tanques e fuzis
Na defesa dos seus entes mais queridos
De peito aberto contra balas e canhões
Enfrentando o mundo na defesa dos seus filhos

E vejo aquelas com seus peitos secos
Tentando dar ao filho a própria vida
Com ele nos braços, pendurado ao seio,
Em meio à paisagem devastada e ressequida

Pudessem elas, seriam ar, água e alimento
Secariam para a vida dar ao filho
E se apagariam com certeza, por inteiro,
Para aos olhos dele devolver o brilho...

São tantas as cenas de horror e desalento
Que chegam até nós diariamente
São bombas que explodem pelo mundo
Ceifando tantas vidas para sempre






Lá estão elas, no seu desespero
Tentando vencer a triste sorte
Embalando no colo os filhos atingidos
Como se pudessem dominar a morte

Vejo mães nos pátios dos presídios
A cuidar dos filhos que estão perdidos
Na trilha dos crimes, da violência, das drogas,
E elas vêm entregar seus corações feridos

Vejo, enfim, a mãe de todas as mães,
A verter seu pranto aos pés da cruz
Vejo Maria, espada atravessando o peito,
A enxugar o sangue de Jesus

Quando penso nas mães que sofrem
Meu coração se desmancha em pranto
E essa dor que é a maior de todas as dores
Põe cores tristes no meu simples canto

Mas eu vejo as mães vitoriosas
Pois é delas o amor mais puro
Vejo aquelas que prepararam o caminho
E deram aos filhos o melhor futuro

Vejo-as sorrindo, tarefa cumprida
Rodeada daqueles que são seus
Serenamente rumo à outra vida
Onde para sempre estarão com Deus

É tua esta canção, minha mãe querida,
Que eu tiro da alma para te entregar
Pois me deste o maior presente, a vida,
E este eu jamais conseguirei pagar...

Neste teu dia, apenas te envolvo fortemente
Cobrindo-te de beijos e abraços
E tua bênção me faz forte novamente
Para vencer as minhas dores e cansaços

Em teus braços quero ficar aconchegado
Como se eternamente fosse uma criança
Teu acalanto me traz doçura e calma,
Me envolve em paz, renova a esperança!

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