quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Deficientes visuais participarão de desfile de moda inclusivo em evento Vida Iluminada Entre Amigos

O tradicional evento limeirense que propõe sensibilizar a população para a realidade do deficiente visual - “Vida Iluminada Entre Amigos”- traz em sua 5ª edição um desfile de moda inclusivo, protagonizado por deficientes visuais do Centro Educacional “João Fischer Sobrinho” – área visual, coordenado pelo Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom).

Esta é a primeira vez que a cidade de Limeira realizará um desfile inclusivo, que acontecerá no dia 1º de setembro, às 20h, no Teatro Vitória, e conta com a realização da Prefeitura de Limeira, por meio do Ceprosom e da Secretaria da Cultura, além da Associação Mulher Unimed Limeira (Amul) e do Colégio Portinari. Como nos anos anteriores, importantes apoiadores participam do evento: Câmara Municipal de Limeira, Banda Chapéu da Máfia, Inez Miranda, Salão da Cláudia, Associação dos Surdos de Limeira e as lojas Crocante Brasil e Cana Caiana Boutique.

O desfile de moda contará com a participação de 80 pessoas, sendo 40 deficientes visuais guiados por 40 alunos do Colégio Portinari. As crianças desfilarão com roupas da coleção Primavera Verão da Crocante Brasil e os adultos apresentarão as tendências da nova estação da Cana Caiana Boutique.

A programação inclui apresentações musicais com a Banda Chapéu da Máfia, entre elas está a interpretação de “O Fantasma da Ópera”. O Coral Vida Iluminada, que há cinco anos dá nome ao evento, composto por deficientes visuais do “João Fischer”, também se apresentará no 5º Vida Iluminada Entre Amigos.

Para a coordenadora da área visual do “João Fischer”, Adriana Casemiro Mastrelo, o evento é uma oportunidade de apresentar à população as peculiaridades vividas por cegos e pessoas com baixa visão. Adriana ressalta que há cinco anos o evento desenvolve o papel de levar essa realidade às pessoas para que vivenciem e compreendam o universo de quem não enxerga. “Por três anos seguidos realizamos a sala dos sentidos, onde as pessoas entravam e utilizavam quase todos os sentidos, menos a visão, para identificar o ambiente e os objetos. Foi uma experiência importante tanto para quem enxerga, que pôde conhecer as dificuldades, como para o cego que levou um pouco de sua forma de viver para o conhecimento da sociedade”, avalia.

O presidente do Ceprosom, Dionísio Gava Júnior, acredita que o evento registra um momento especial para o município, de inclusão social do deficiente na sociedade. “Essa será a primeira edição de um desfile de moda inclusivo. Esperamos que outros eventos desse tipo aconteçam para provar que as diferenças não devem excluir as pessoas”, relata.

O desfile de moda inclusivo tem entrada gratuita. Os ingressos poderão ser retirados na bilheteria do Teatro Vitória, na próxima semana.

Ensaio
O primeiro ensaio dos grupos aconteceu nesta quarta-feira, 18 de agosto, e reuniu os participantes do “João Fischer” e do Colégio Portinari. O vereador José Farid Zaine passou várias orientações e dicas aos modelos que, pela primeira vez, participarão de um desfile de moda. “O importante é que vocês vistam a roupa e se sintam maravilhosos para que a pessoa que está assistindo ao desfile tenha vontade de se vestir como vocês. Todos temos a capacidade de expressão, seja nos movimentos ou na expressão facial, então lembrem-se disso e entrem no palco com toda a emoção”, orientou Farid.

Catiana Regina de Araújo, de 28 anos, diz que já subiu ao palco do Teatro Vitória, mas para cantar no coral Vida Iluminada. Esta será sua primeira experiência em um desfile de moda e, na cadeira de rodas, Catiana argumenta que dará o melhor de si. “Nunca desfilei, mas vou fazer o melhor para que o desfile seja bonito”.

A estudante do Colégio Portinari, Amanda Sterzo, 17 anos, é quem acompanhará Catiana na passarela. A menina já participou do evento Vida Iluminada Entre Amigos no ano passado, quando os alunos do colégio se juntaram aos deficientes visuais na produção de telas sobre o pintor brasileiro Candido Portinari. “Conviver com eles é uma experiência incrível, porque no dia-a-dia não temos muita oportunidade de aproximação. Podemos melhorar tanto a aceitação deles quanto a nossa”, avalia a estudante.

Área visual do “João Fischer”
Em Limeira, os deficientes visuais são atendidos no Centro Educacional “João Fischer Sobrinho” que atua na prevenção, habilitação, reabilitação e inclusão social de cegos e pessoas com baixa visão. Os atendimentos são direcionados tanto ao deficiente quanto à família, que recebe orientações e acompanhamento.

Para desenvolver um atendimento global e atuar nas várias necessidades do deficiente visual, o local conta uma equipe interdisciplinar composta por assistente social, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicóloga, educadora de projeto social e pedagoga.

Adriana reforça que entre as propostas de trabalho do “João Fischer” está promover a autonomia, a independência e a qualidade de vida do deficiente. Para isso são realizados atendimentos como o de Orientação e Mobilidade que desenvolve a habilidade de locomoção independente, por meio de treinamento de técnicas e uso da bengala. “O cego pode se tornar independente e realizar várias atividades sozinho, como pegar um ônibus ou ir ao supermercado. Para isso é preciso dedicação e treinamento e esse é um dos trabalhos feitos no “João Fischer”, explica.

Outro atendimento que promove a independência do cego é o de Atividades da Vida Diária e Prática que ensina os usuários a realizarem atividades do cotidiano, como: dobrar roupas, arrumar a cama e preparar alimentos. “O atendimento ao cego exige uma dedicação maior do profissional, porque os grupos têm que ser pequenos, com poucas pessoas, para que o resultado seja satisfatório”, orienta Adriana.

Todas as faixas etárias são atendidas no “João Fischer”, desde bebês até adultos que perderam a visão e, nesse caso, Adriana explica que o trabalho é direcionado à reabilitação da pessoa à sua nova condição. “Temos grupos formados apenas por adultos que deixaram de enxergar. Nesse caso a atuação é diferente. Muitos estão com problemas emocionais e entram em depressão. O atendimento visa a recuperação da autoestima, da confiança e da autonomia perdida”.

No “João Fischer” os atendidos ainda são acompanhados no processo de aprendizagem por meio da leitura e escrita em Braille, são estimulados na percepção dos sentidos e participam de capacitações para a inclusão no mercado de trabalho.

Atualmente, 65 pessoas são atendidas no “João Fischer” – área visual, que desde o início do ano funciona em novo local, à Rua Sete de Setembro, 805, no Centro.


Sandra Alves

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