sexta-feira, 11 de maio de 2012

Para todas as mães


Poema de José Farid Zaine


Farid com a sua mãe, dona Victória Zanchetta Zaine, em uma homenagem prestada a ela na Câmara de Limeira, em 2010. Quem conhece dona Victória, torna-se facilmente fã da sua simpatia, bondade e dotes culinários (ela cozinha muito bem). "Para todas as mães" tem como inspiração dona Amélia.




Eu poderia juntar todas as estrelas,

Os astros da noite, o brilho do universo,

E ainda assim não conseguiria

Colocar a tua luz no meu verso...



Eu poderia colher todas as rosas,

E ter comigo as cores de cada jardim

E não traduziria a flor do teu coração,

Que toda a vida entregaste para mim...



Foste apenas amor, carinho, doação

Teu colo foi meu conforto, minha alegria

E eu não consigo fazer uma canção,

Não consigo completar uma poesia



Que façam jus à tua história,

Que falem de ti e do meu afeto,

Que consigam revelar minha gratidão

E meu amor se mostre por completo





Penso em ti, minha mãe, que me deste a vida

E em quão bom é poder te abraçar

Como me conforta poder sempre ouvir

A tua forma doce de me abençoar





Penso nas mães separadas de seus filhos,

Destroçadas pelo sofrimento

De longe, vendo as guerras explodirem

Tornando mais cruel o seu tormento





Vejo mães enfrentando tanques e fuzis

Na defesa dos seus entes mais queridos

De peito aberto contra balas e canhões

Enfrentando o mundo na defesa dos seus filhos





E vejo aquelas com seus peitos secos

Tentando dar ao filho a própria vida

Com ele nos braços, pendurado ao seio,

Em meio à paisagem devastada e ressequida





Pudessem elas, seriam ar, água e alimento

Secariam para a vida dar ao filho

E se apagariam com certeza, por inteiro,

Para aos olhos dele devolver o brilho...






São tantas as cenas de horror e desalento

Que chegam até nós diariamente

São bombas que explodem pelo mundo

Ceifando tantas vidas para sempre



Lá estão elas, no seu desespero

Tentando vencer a triste sorte

Embalando no colo os filhos atingidos

Como se pudessem dominar a morte





Vejo mães nos pátios dos presídios

A cuidar dos filhos que estão perdidos

Na trilha dos crimes, da violência, das drogas,

E elas vêm entregar seus corações feridos





Vejo, enfim, a mãe de todas as mães,

A verter seu pranto aos pés da cruz

Vejo Maria, espada atravessando o peito,

A enxugar o sangue de Jesus





Quando penso nas mães que sofrem

Meu coração se desmancha em pranto

E essa dor que é a maior de todas as dores

Põe cores tristes no meu simples canto



Mas eu vejo as mães vitoriosas

Pois é delas o amor mais puro

Vejo aquelas que prepararam o caminho

E deram aos filhos o melhor futuro





Vejo-as sorrindo, tarefa cumprida

Rodeada daqueles que são seus

Serenamente rumo à outra vida

Onde para sempre estarão com Deus





É tua esta canção, minha mãe querida,

Que eu tiro da alma para te entregar

Pois me deste o maior presente, a vida,

E este eu jamais conseguirei pagar...



Neste teu dia, apenas te envolvo fortemente

Cobrindo-te de beijos e abraços

E tua bênção me faz forte novamente

Para vencer as minhas dores e cansaços



Em teus braços quero ficar aconchegado

Como se eternamente fosse uma criança

Teu acalanto me traz doçura e calma,

Me envolve em paz, renova a esperança!

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